Escrito por: Érica Aragão
10 mil pessoas marcharam no ato de saída da ocupação Povo Sem Medo para comemorar conquista de terrenos para moradia. Marcha também marca primeiro grande ato pela liberdade do Lula, em São Bernardo do Campo
Depois de sete meses de luta, foi com a certeza de que conquistaram seu espaço para viver porque foram persistentes e guerreiros, misturado a um sentimento de esperança no futuro e de que precisam lutar mais que trabalhadores e trabalhadoras sem teto da ocupação Povo Sem Medo de São Bernardo do Campo, se despediram, na tarde deste domingo (8), do terreno, que ocuparam em defesa de moradia digna para centenas de famílias.
E a luta por um Brasil melhor e com Justiça igual para todos começou mais forte hoje mesmo. Segundo o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, o encerramento da ocupação se transformou também no primeiro grande ato pela liberdade do Lula.
“Hoje é um dia de vitória para o Povo Sem Medo, mas ontem [sábado, dia 07/4, data que Lula cumpriu a determinação de prisão da Justiça] foi um dos dias mais tristes e duros da história recente do País. Uma prisão injusta, que feriu a democracia é inaceitável”.
Roberto Parizotti
Com as palavras de ordens “aqui está o povo sem medo, sem medo de lutar”, a marca registrada do MTST, e “pisa ligeiro, quem não pode com a formiga não atiça o formigueiro”, que mais de 10 mil pessoas marcharam rumo ao centro de São Bernardo do Campo para comemorar conquista de quatro terrenos para moradia e protestar em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Boulos destacou a pacificação do movimento e disse que estão saindo do acampamento de cabeça erguida e com dignidade. O coordenador do MTST frisou para o movimento que, com a conquista dos terrenos, a luta não se encerra, pelo contrário.
“Vencemos a primeira etapa com a conquista de quatro terrenos para construir casas, mas vamos ter uma segunda etapa que se inicia a partir de hoje. A gente vai ter que brigar pela aprovação dos nossos projetos, pela documentação correta e para que esse papel [mostrando o acordo] vire prédio temos que estar firmes para esse momento”, destacou.- Guilherme BoulosSegundo ele, assim como a continuidade da luta do MTST por moradia não pode parar, a luta contra a injustiça que fizeram ao ex-presidente Lula, condenado sem provas, numa decisão mais política do que jurídica, também não pode parar até que Lula seja libertado. “Não se separa a luta por mais direitos e conquistas da luta pela liberadade”.
“Pela liberdade de Lula, pela democracia, pelas conquistas do nosso povo, que estão sendo ampliadas com a conquista do Povo Sem Medo vamos estar nas ruas e na resistência até que Lula esteja livre”, explicou Boulos sobre a marcha em São Bernardo.
Mídia NinjaLurian e Marcos Lula, filhos do ex-presidente Lula participaram
das atividades do MTST
“Essa prisão é política e injusta. Uma ação que feriu a democracia brasileira e que é inaceitável. Nós não podemos aceitar como natural e vamos estar nas ruas, na resistência”.
Aos gritos de Lula Livre, com bandeiras vermelhas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e uma faixa preta em destaque com os dizeres “Lula Livre”, a grande Marcha da Ocupação Povo Sem Medo de São Bernardo se despede do terreno em que ocupou por mais de sete meses e assumiu o compromisso de estar nas ruas até a liberdade do ex-presidente Lula.
Apoio da CUT e do Sindicato
A CUT e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC sempre estiveram juntos na luta do MTST e não fez diferente no ato de encerramento. Além de parabenizar a conquista, o tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e representante da CUT no ato, Moisés Selerges também frisou que a luta não termina aqui.
Mídia Ninja
“A gente vê a alegria estampada em cada rosto de vocês aqui, mas a luta segue. Temos que continuar lutando por direitos sim, mas também precisamos lutar pela democracia, resistir e tirar o ex-presidente de lá [Polícia Federal em Curitiba] porque precisamos reagir. Hoje a prisão injusta foi com ele, amanhã pode ser com qualquer um de nós”, destacou Selerges.
“Vamos ocupar as ruas deste País e dizer que não queremos só moradia, queremos ensino de qualidade, direito ao acesso a universidade, saúde pública de qualidade e cidadania, porque o projeto de esquerda que acreditamos é nada mais que ser feliz”, finalizou o diretor do SMABC.