Mudanças no Conselho Curador do FGTS colocam fundo e gestão pública em risco
Decreto do governo Bolsonaro, que retira Caixa do conselho do fundo criado para proteger os trabalhadores, pode indicar passo para a privatização do FGTS, segundo especialistas e sindicalistas
Publicado: 05 Abril, 2019 - 12h27 | Última modificação: 05 Abril, 2019 - 12h46
Escrito por: Redação CUT
A reestruturação do Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), publicada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) no final de março, coloca em risco a finalidade do fundo criado para proteger o trabalhador, denunciam os representantes sindicais em reportagem do Seu Jornal, da TVT.
A medida prevê a retirada da Caixa Econômica Federal (CEF) do Conselho Curador e reduz pela metade o número de representantes de entidades sindicais dos trabalhadores, enquanto amplia a participação de membros do governo.
"Para nós é um retrocesso muito grande se, de fato, a Caixa for retirada como gestora financeira exclusiva dos recursos do fundo", critica o presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias de Construção e da Madeira (Conticom-CUT), Cláudio da Silva Gomes, que representa a CUT no Conselho Curador do FGTS.
Já para a coordenadora do Comitê Nacional de Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrrano, a medida é um passo para que o governo Bolsonaro entregue a gestão para os bancos privados.
"(A medida) indica, obviamente, a intenção do governo de, no futuro próximo, tirar da Caixa a gestão do FGTS, partilhando com os bancos privados que só querem esses recursos, que nós estamos falando em torno de R$ 540 bilhões, para atuar na especulação financeira e ganhar mais dinheiro".