Escrito por: Carta Capital
‘A pessoa quer receber a comida, a roupa, ela quer uma ajuda, e não quer ter responsabilidade’, diz Bia Doria, que preside Fundo Social SP
A primeira-dama de São Paulo, Bia Doria, afirmou nesta sexta-feira (03) que dar marmita para pessoas em situação de rua seria prejudicial porque essa população deve “se conscientizar que ela tem que sair da rua”.
A fala foi publicada no perfil da socialite Val Marchiori, que foi visitar o Palácio dos Bandeirantes com o pretexto de falar sobre “projetos sociais”.
Bia Doria é presidente do Fundo Social de São Paulo, que “tem como objetivo instituir programas sociais destinados a atender pessoas em situação de vulnerabilidade social”, segundo informações do próprio site do Fundo, vinculado ao governo do Estado. Juntamente com o conselho, portanto, é responsável pelo direcionamento das verbas recebidas.
“Mas olha, falando dos projetos sociais, algo muito importante… é assim: as pessoas que estão na rua. Não é correto você chegar lá na rua e dar marmita, porque a pessoa tem que se conscientizar que ela tem que sair da rua. Porque a rua hoje é um atrativo, a pessoa gosta de ficar na rua.”, diz a primeira-dama ao olhar diretamente para a câmera.
Em seguida, Val faz um comentário de que a população em situação de rua, que já ultrapassa 24 mil pessoas, não teriam vontade de deixar a situação por não quererem “responsabilidade, limpeza”. Concordando com a fala da amiga, Bia Doria complementa, indignada:
“Não querem… a pessoa quer receber a comida, a roupa, ela quer uma ajuda, e não quer ter responsabilidade. E isso tá muito errado! Se a gente quer viver num país… [“Todo mundo tem suas responsabilidades”, diz Val]… é, nós temos. Se a gente não pagar nossas contas…”, diz Bia.
Em seguida, ambas riem e mudam rapidamente de assunto para falar sobre as obras de arte do Palácio dos Bandeirantes.
Os comentários da primeira-dama são feitos no momento em que ela coordena a campanha Inverno Solidário, que arrecada doações de roupas de frio para pessoas em vulnerabilidade social, incluindo pessoas em situação de rua, que estão mais expostas ao coronavírus e à pobreza.
No lançamento do projeto, exaltado pelo seu marido, João Doria, Bia afirmou que “investir no próximo é um grande ato solidário”.