Escrito por: CUT-RS
As trabalhadoras pedem ações concretas e eficazes dos governos estadual e federal para amenizar os impactos da estiagem no estado
Mais de 200 agricultoras familiares e camponesas ocuparam no início da manhã desta terça-feira (8), Dia Internacional das Mulheres, o pátio da Secretaria Estadual da Agricultura, em Porto Alegre.
As trabalhadoras do campo pedem ações concretas e eficazes dos governos estadual e federal, que busquem amenizar os impactos da estiagem no estado. De acordo com elas, após reuniões realizadas com a secretária da Agricultura, Silvana Covatti, e com o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, pouco foi feito até agora.
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“As nossas famílias ainda estão sofrendo com a estiagem. Por isso estamos aqui novamente. Nós precisamos de ajuda urgente, diante de tantos prejuízos causados pela seca”, assinala Silvia Reis Marques, produtora e dirigente estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pelo Rio Grande do Sul.
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Os principais pontos que as mulheres estão reforçando são em torno dos créditos emergenciais. O governo do estado anunciou a liberação de recursos para atender 42 mil famílias, no valor de um salário mínimo. Também foi apontada mais uma proposta para liberação de créditos de até R$ 10 mil por família, sem juros. Mas nada de concreto foi realizado.
As representantes do MST, da União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-RS), do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS) querem que essa proposta seja colocada em prática e ressaltam que é preciso ampliar o número de famílias que seriam beneficiadas.
“Precisamos avançar no número de famílias que serão atendidas. Nesse crédito emergencial, entendemos que precisa atender pelo menos 100 mil famílias no RS, em especial as que possuem mais dificuldades. É necessário também ampliar o subsídio para os agricultores que não se enquadram nos recursos a fundo perdido”, aponta Cleonice Back, secretária-geral adjunta da CUT-RS e secretária das mulheres da Fetraf-RS.
As agricultoras familiares e camponesas solicittam a realização de uma audiência com o governador Eduardo Leite (PSDB), uma vez que, para serem implementados imediatamente, os créditos dependem de decretos emergenciais aplicados pelo governador.
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Com informações da Fetraf-RS e Maiara Rauber, do MST.