Escrito por: Silvia Medeiros/ CUT-SC
O Mundos das Mulheres e Fazendo Gênero realizou uma grande marcha no centro da capital
Numa diversidade de bandeiras, sem carro de som e com mulheres indígenas e negras puxando a marcha, as mulheres e homens que participam do evento internacional Mundos de Mulheres e Fazendo Gênero, que acontece durante toda a semana na UFSC, protagonizaram nas ruas da capital catarinense, a maior marcha feminista já vista no estado.
No dia 2 de agosto, mesmo dia que o presidente ilegítimo Michel Temer estava sendo julgado na Câmara de Deputados sobre crime de corrupção passiva, as mulheres com representações do mundo todo foram para as ruas com faixas e cartazes denunciando a sociedade machista que assedia, controla, limita e mata mulheres de todas as raças, do campo e da cidade.
Com a mistura de ritmos, gritos de ordem, cores de bandeiras, mistura de raças as mulheres percorreram as principais ruas da cidade e fizeram paradas estratégicas em locais que representam algum espaço opressor da sociedade. A primeira parada foi em frente a uma agência bancária para representar o sistema financeiro que tanto oprime através da exploração do capital. A segunda foi em frente a catedral da igreja católica que representa o patriarcado que mata mulheres e homossexuais todos os dias. A terceira parada foi em frente a agência do INSS, para representar o repúdio das trabalhadoras para com as reformas do Temer. A quarta foi próximo ao mercado público em que as índias celebraram a terra e o espaço que um dia já foi ocupado por seus povos e hoje os coloca as margens da sociedade.
Mulheres CUTistas na Marcha das Mulheres do Mundo em Florianópolis, SC.
A Marcha se encerrou uma hora antes do final do julgamento do Michel Temer, que aliado a outros parlamentares corruptos, teve o seu processo encerrado. Apesar do resultado negativo do julgamento do Temer, Rosane Bertotti, Secretaria de Formação da CUT, acredita que são mobilizações como a do Mundos de Mulheres que fortalecem a luta e empoderam as mulheres para fazer o enfrentamento. “A energia que sentimos nas ruas de Florianópolis, com um ato organizado e protagonizado por mulheres, nos mostra que as mudanças virão da classe trabalhadora e das mãos feministas. Com leveza e alegria dava para perceber o engajamento das trabalhadoras que passavam pela Marcha e demonstravam o apoio a cada cartaz e a cada grito de ordem. Não podemos e nem vamos desanimar, continuaremos nas ruas mostrando a posição da CUT que sempre esteve na defesa dos direitos e das trabalhadoras”, destaca Rosane.
O Mundos de Mulheres que começou no domingo, dia 30 de julho, vai até sexta-feira, 4 de agosto e pela primeira vez leva o movimento social para debater junto com a universidade.