Escrito por: Walber Pinto
O evento foi marcado pelo Facebook com objetivo de mostrar a importância da cultura negra
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, mulheres negras, homens negros e crianças participaram da 1ª Marcha dos Cabelos Crespos no último domingo (26) no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na capital paulista.
O evento foi marcado pelo Facebook com objetivo de mostrar a importância da cultura negra e valorização dos cabelos crespos e afro. A data do 25 de julho foi instituída em 1992 para reconhecer a luta das mulheres negras no continente.
No vão do Masp, os manifestantes fizeram uma roda de conversa onde relataram suas experiências, rejeição e preconceito por parte da sociedade por usar cabelo crespo, black power, encaracolado ou trança.
“Essa marcha é um avanço na história do país que é um país constituído pela escravidão. Hoje, nós [negros] podemos estar aqui cultuando e celebrando. Isso significa o tamanho das nossas forças”, afirma Gabriela Vallim, uma das organizadoras do Festival Contra a Redução da Maioridade Penal, que foi suspenso pelo Ministério Público de São Paulo
A professora universitária, Maria Do Carmo, contou que passa por um tratamento rigoroso porque durante vários anos usou química para alisar o cabelo. “Assumir o seu cabelo do jeito que ele é, é uma questão de identidade, saúde e empoderamento, ressalta.
“A realização da marcha também serve em reposta a todo o preconceito manifestado, especialmente nas redes sociais – e aos olhares que nós já recebemos”, explica Nanda Cury, uma das organizadoras do evento.
Por volta das 15h, a marcha seguiu aos gritos de “negra sim, mulata não” até a Casa Amarela, na Consolação. Lá foram realizadas várias oficinas, “desfile de crespas e crespos”, exposições e discotecagem hipo hop e outras atividades artísticas.
No Rio de Janeiro, a Pré-Marcha de Mulheres Negras 2015 Contra o Racismo e a Violência reuniu neste domingo (26) centenas de manifestantes na praia de Copacabana, na zona sul. O ato também celebrou o dia 25 de julho. O evento foi uma prévia da marcha nacional de mulheres negras, que ocorrerá em Brasília no dia 28 de novembro.