Mundo está entrando em uma quarta onda de casos de Covid”, alerta diretora da OMS
De acordo Mariângela Simão diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos da OMS, os casos de Covid-19 na Europa podem se repetir em outros países se nada for feito
Publicado: 23 Novembro, 2021 - 12h04 | Última modificação: 23 Novembro, 2021 - 19h30
Escrito por: Redação CUT
Com o surto de casos de Covid-19 em vários países da Europa, China e Rússia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta segunda-feira (22) que o mundo está entrando em uma quarta onda da pandemia do novo coronavírus.
A declaração foi feita pela diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos, a brasileira Mariângela Simão, durante a conferência de abertura de um evento realizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
“O mundo está entrando em uma quarta onda, mas as regiões têm tido um comportamento diferente em relação à pandemia”, declarou Mariângela Simão.
Segundo ela, os casos de Covid-19 na Europa podem se repetir em outros países se nada for feito. “Tivemos nas últimas 24 horas mais de 440 mil novos casos confirmados. E isso que há subnotificação em vários continentes”, disse.
O vírus continua evoluindo com variantes mais transmissíveis, de acordo com a diretora da OMS. Mas em razão da vacinação houve uma dissociação entre casos e mortes, pelo fato da vacinação ter reduzido os óbitos decorrentes da Covid-19. Ela lembrou que a imunização reduz as hospitalizações, mas não interrompe a transmissão.
“O aumento da cobertura vacinal não influencia na higiene pessoal, mas tem associação com diminuição do uso de máscaras e distanciamento social. Além disso, há desinformação, mensagens contraditórias que são responsáveis por matar pessoas”, pontuou a diretora-geral adjunta da OMS.
Sobre a situação da pandemia no Brasil, ela avaliou que o programa de vacinação está andando bem. Mas, a partir da situação na Europa, se mostrou receosa com o futuro da pandemia no Brasil pelas discussões em curso sobre o carnaval.
“Me preocupa quando vejo no Brasil a discussão sobre o Carnaval. É uma condição extremamente propícia para aumento da transmissão comunitária. Precisamos planejar as ações para 2022”, alertou.
Casos preocupam a OMS
Uma quarta onda de Covid-19 se espalha em países da Europa que estão repensando suas estratégias de combate ao novo coronavírus. O surto entre pessoas não vacinadas no continente chamou atenção da OMS que aponta um epicentro e que o número real deve ser o dobro ou até o triplo do que é registrado oficialmente.
A recusa da vacinação por parte da população é o principal motivo para o crescimento de casos de Covid-19 na Europa. Vários países europeus já retomaram a adoção de restrições, outros apostam em campanhas de vacinação para conter a disseminação do vírus.
De acordo com o relatório da OMS divulgado na última quarta (17), houve um aumento de 5% nas mortes associadas à Covid-19 na Europa na última semana. Na América, os óbitos causados pelo novo coronavírus caíram 3%.
Já no Sul e no leste da Ásia, incluindo a Índia, os casos mortais de Covid-19 aumentaram em 1%. A África viu os casos subirem 3%. Os cálculos da OMS resultam das notificações que recebe dos diferentes países.
500 mil podem morrer em nova onda da doença na Europa
O diretor regional da OMS, Hans Kluge, disse que 500 mil novas mortes podem ocorrer até março, se medidas urgentes não forem adotadas na Europa.
Situação no Brasil
O Brasil registrou 123 mortes por Covid-19 e 2.594 novos casos em todo o país em 24 horas, segundo dados divulgados nesta segunda (22) pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
A média móvel de óbitos, que considera os dados dos últimos sete dias, ficou em 205, e a média móvel de novos casos em 8.443. A média móvel de mortes segue abaixo dos 300 desde o dia 1º novembro, quando o Brasil contou 303 óbitos na média de sete dias, conforme dados do Conass.
O país contabiliza 612.842 óbitos e 22.018.889 casos de coronavírus desde o início da pandemia.