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Na 5ª tentativa, Cesp é vendida para Votorantim e fundo canadense

A proposta vencedora foi de R$ 14,60 por ação, bem abaixo dos R$ 16,80 estabelecidos no ano passado, na 4ª tentativa de privatização que foi suspensa

Publicado: 19 Outubro, 2018 - 15h58 | Última modificação: 19 Outubro, 2018 - 19h28

Escrito por: Redação CUT

Reprodução EBC
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Na quinta tentativa, o governo de São Paulo concluiu mais uma etapa do desmonte do sistema de energia do estado, vendendo a Cesp para o Consórcio São Paulo Energia, formado pela Votorantim Energia e o fundo canadense Canadian Pension Plan Investment Board (CPPIB).

O preço mínimo por ação foi estabelecido em R$ 14,30 - bem abaixo dos R$ 16,80 cobrados no ano passado, na quarta tentativa de privatização que foi suspensa. A proposta vencedora, a única que foi apresentada, foi de R$ 14,60 por ação - o que equivale a R$ 1,7 bilhão.

A entrega de propostas, que deveria ter sido feita entre 9h e 10h desta sexta-feira (19), na Bolsa de Valores de São Paulo, atrasou porque a Justiça Federal de Presidente Prudente suspendeu, na noite desta quinta (18), a renovação da concessão da usina hidrelétrica de Porto Primavera, principal ativo da CESP.

Na manhã de hoje, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) de São Paulo conseguiu um mandado de segurança para reverter a decisão da primeira instância no Tribunal Federal Regional da 3ª Região (TRF-3) e realizar o leilão.

O contrato da hidrelétrica de Porto Primavera venceria em 2028, mas o governo de São Paulo conseguiu negociar com a União a prorrogação desse prazo para 2048, o que torna o ativo mais atrativo. No fim do ano passado, quando essa prorrogação ainda não havia sido concretizada, o governo paulista chegou a cancelar o leilão que estava marcado por constatar que, sem a medida, não haveria interessados.

“Assistimos a conclusão de um processo de entrega do patrimônio de São Paulo, iniciada pelo governo Mário Covas, em 1996. Praticamente todo o setor elétrico paulista passou para o capital privado, pois agora só resta a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae)”, afirmou Wilson Marques, diretor do Sinergia-CUT (Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo), em protesto realizado em frente a Bovespa durante o leilão, como mostra reportagem de Rafael Silva, da CUT São Paulo.