Escrito por: Redação CUT
Trabalhadores protestam contra reforma que pode aumentar idade para aposentadoria e diminuir valor do benefício. CUT Brasil manda carta de solidariedade aos camaradas franceses
No quinto dia de greve contra a reforma da Previdência, apoiada por 53% dos franceses, segundo pesquisa divulgada neste domingo (8), os trabalhadores e as trabalhadoras da França praticamente paralisaram os transportes e o acesso a Paris nesta segunda-feira (9).
O presidente Emmanuel Macron ainda não apresentou oficialmente a proposta de reforma da previdência que prometeu fazer durante a campanha eleitoral com o objetivo de eliminar os 42 regimes especiais que existem atualmente. Segundo o governo, esses regimes concedem privilégios a determinadas categorias profissionais.
Técnicos do governo disseram apenas que estão elaborando um “sistema universal” e "mais justo" para a concessão de aposentadorias.
Representantes dos sindicatos e da oposição que analisaram algumas mudanças que estão sendo preparadas afirmam que as novas regras vão prejudicar os trabalhadores e as trabalhadoras. Segundo eles, o governo quer obrigar os franceses a trabalhar por mais tempo para receber uma pensão menor. O fato de o governo propor um período de transição de 10 a 15 anos entre os regimes atuais e o futuro é um indicativo de que os aposentados vão pagar a conta da reforma.
Macron se reúne nesta segunda com seus principais ministros e deve apresentar o projeto completo na quarta-feira. De acordo com a imprensa local, o governo quer criar um sistema único de aposentadoria, por pontos, por meio do qual os trabalhadores teriam os mesmos direitos na hora de receber a aposentadoria.
Sindicalistas temem que as novas regras, como as aprovadas no Brasil, adiem a aposentadoria, atualmente aos 62 anos, e diminua o valor dos benefícios.
Milhares de pessoas estão ocupando as ruas de Paris em protesto contra a reforma. E um novo protesto está programado para esta terça-feira (10), um dia antes da apresentação oficial do projeto de lei, pelo primeiro-ministro Edouard Philippe.
Na quinta-feira, as manifestações na França mobilizaram cerca de 800 mil pessoas e levaram à suspensão parcial do funcionamento do sistema de transportes, de escolas e hospitais.
Solidariedade da CUT
A CUT Brasil mandou uma carta para os sindicalistas franceses criticando os avanços neoliberais que levou ao aumento da concentração de riqueza e precariedade dos trabalhadores mais pobres e se solidarizando com a luta contra e reforma da previdência.
“Somente a unidade e a solidariedade da classe trabalhadora mundial podem impedir essa onda global conservadora”, diz trecho da carta.
Confira aqui a íntegra.