Na luta por reajuste salarial, trabalhadores de 3 unidades da CSN estão em greve
Terminal de carvão do Porto de Itaguaí, siderúrgica em Volta Redonda e mineração em Congonhas param as atividades para pressionar direção da empreasa a negociar a pauta de reivindicações
Publicado: 08 Abril, 2022 - 11h43 | Última modificação: 08 Abril, 2022 - 12h13
Escrito por: Tatiane Cardoso, da CUT-Rio | Editado por: Marize Muniz
Os trabalhadores no terminal de carvão da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), no Porto de Itaguaí, região metropolitana do Rio de Janeiro, entram no terceiro dia de greve por reajuste salarial, os da siderúrgica de Volta Redonda (RJ), no quarto dia e os na mineração em Congonhas (MG) estão há oito dias paralisados reivindicando reajuste salarial, que a direção da companhia se recusa a negociar.
Depois de inúmeras tentativas para negociar uma contraproposta à pauta de reivindicações, a categoria decidiu paralisar as atividadeds para pressionar o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, a montar uma nessa de negociação.
Segundo o presidente do Sindicato dos Portuários do Rio de Janeiro, Sergio Giannetto, o presidente da CSN tem como prática protelar a negociação de Acordo Coletivo de trabalho (ACT) como estratégia para evitar a reposição das perdas salariais.
“Ele sempre deixa a corda esticar e depois oferece abono como cala boca. Não vamos mais aceitar essa situação. Queremos um Acordo Coletivo de Trabalho digno, que não seja atrelado a nenhum abono”, diz Giannetto.
Neste ano, o Sindicato dos Portuários do Rio se antecipou e apresentou uma proposta de ACT em fevereiro. Agora, um mês e meio depois, a CSN convocou uma reunião para dizer que ainda vai enviar a proposta para avaliação da diretoria. “Um total descaso com o trabalhador”, lamenta Giannetto.
Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos (Metabase), Rafael Duda, explica que a CSN desmarcou a reunião para negociação do ACT, que aconteceria no último dia 5, em uma clara demonstração de que Benjamin Steinbruch não quer negociar.
“Ele quer amedrontar e intimidar os trabalhadores para impor condições de reajuste sem debater com a categoria”, afirma Duda.
Lucro da CNS
De acordo com balanço recentemente divulgado, o lucro da CSN aumentou em 217%, apenas no ano de 2021. Para os acionistas serão bilhões em dividendos, enquanto a categoria precisa entrar em greve para tentar negociar reposição da inflação, reclamam os sindicalistas.
"É o nosso trabalho que faz Benjamin ganhar muito dinheiro. Enquanto isso estamos aqui, sem reajuste digno e com salário de 1.600 reais. Precisamos lutar por condições melhores", afirmou à reportagem da CUT-Rio um dos trabalhadores que aderiram à greve.
O que os trabalhadores reivindicam?
Os trabalhadores lutam para que salários e benefícios sejam reajustados, pelo menos, com base no Índice de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulado da data-base da categoria. A previsão é a de esse índice seja de 12%.
A cateogira acumula defasagem salarial de 25%, se for levado em consideração os anos em que a CSN não reajustou os salários com base no INPC.