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Na mira da privatização, Eletrobras, Correios e Caixa deram lucro de R$ 21 bilhões

Balanços desmentem os argumentos do governo de que as estatais são ineficientes e dão prejuízos e por isso precisam ser privatizadas

Publicado: 31 Maio, 2021 - 12h35 | Última modificação: 31 Maio, 2021 - 13h27

Escrito por: Redação CUT

Arquivo/Agência Brasil
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Os balanços de três empresas públicas que estão na mira da privatização, Eletrobras, os Correios e a Caixa Econômica Federal (CEF), desmentem o argumento do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) de que são empresas ineficientes, que não dão lucros aos cofres públicos, e por isso precisam ser vendidas. Juntas, as três empresas, registraram lucros que somam R$ 21 bilhões somente no ano passado, como mostra reportagem de Tiago Pereira, da RBA. 

A estatal de energia é a empresa que mais corre risco de ser vendida rapidamente, prejudicando o Brasil e os brasileiros com mais apagões, contas de luz mais caras e quedas na qualidade da prestação do serviço à população.

A Medida Provisória (MP) 1.031/2021, que amplia a participação do capital privado na estatal do sistema elétrico, foi aprovada na Câmara dos Deputados, no mês passado, e seguiu para o Senado onde terá uma tramitação menos veloz porque muitos senadores querem debater mais e alterar o texto aprovada na Câmara. A MP foi publicada em 23 de fevereiro e tem prazo de 60 dias (prorrogável por igual período) para ser votada, antes de perder a validade. A partir do 45º dia, toda MP passa a trancar a pauta de votações da Casa Legislativa onde está tramitando, como lembra o repórter da RBA.

Leia mais: Câmara ignora prejuízos para o povo e  aprova MP da privatização da Eletrobras

De acordo com balanço financeiro divulgado em março, a Eletrobras registrou lucro de R$ 6,387 bilhões em 2020. A própria direção da estatal afirma que esse resultado demonstra “a robustez e a liquidez da companhia mesmo em um ano marcado pela pandemia de covid-19”. No ano anterior, os resultados foram ainda maiores, totalizando R$ 11,133 bilhões, segundo a reportagem.

Já os Correios, que está em segundo lugar na fila das privatizações, tiveram lucro líquido de R$ 1,53 bilhão em 2020. Os números, que não foram divulgados oficialmente, constam de uma comunicação enviada pelo presidente da estatal, Floriano Peixoto Vieira Neto, ao Ministério da Economia. As receitas com encomendas, por exemplo, tiveram crescimento de 9% em relação ao ano anterior, por conta do aumento do comércio eletrônico em decorrência da pandemia. Desde 2017, a empresa fecha no azul.

A Caixa, por sua vez, registrou lucro líquido de R$ 13,17 bilhões em 2020. Só no ano passado, o banco público pagou auxílio emergencial no total de R$ 293,1 bilhões para 67,9 milhões de pessoas. Também foi responsável pela liberação de R$ 36,5 bilhões do Saque Emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), valor pago a 51,1 milhões de pessoas. Além disso, a Caixa detém a liderança do mercado habitacional com 68,8% de participação no financiamento da casa própria.