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Na mira da privatização, loterias da CEF têm recorde bilionário de arrecadação

Governo quer vender sistemas de loterias da Caixa, que além de lucros bilionários ao país também repassam recursos para a saúde e educação, entre outros benefícios

Publicado: 05 Fevereiro, 2021 - 08h30 | Última modificação: 05 Fevereiro, 2021 - 09h02

Escrito por: Redação CUT

Fenae
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Jogar nas loterias federais da Caixa Econômica Federal (CEF) vai além do sonho em ficar rico de milhões de brasileiros. Antes de dividir o valor a ser pago ao ganhador, já descontados os impostos, as loterias da Caixa destinam quase 40% dos recursos para financiamento de políticas públicas em educação, saúde, esporte, cultura e segurança pública. É a chamada verba carimbada, que as loterias da Caixa (mega sena, quina, lotofácil, etc) são obrigadas a enviar a programas sociais.

Somente no ano passado, a arrecadação das loterias bateu recorde, chegando a R$ 17,1 bilhões, segundo dados da Caixa. O montante é 2,35% maior do que 2019 (R$ 16,7 bilhões).  Com a verba carimbada foi possível destinar valores milionários a diversas áreas. A saúde recebeu R$ 4,662 milhões; o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), R$ 311,957 milhões, e entidades de apoio à criança, ao adolescente e a portadores de necessidades especiais, receberam R$ 5,129 milhões, entre outras. No total, o valor do repasse para áreas sociais também foi o maior da história - R$ 8,05 bilhões, 1,6% acima do repassado em 2019.

São esses bilhões que o Brasil vai perder, se as loterias da Caixa forem privatizadas como quer o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL). O alerta é da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), que reforça que a população será a mais atingida se a Caixa perder as subsidiárias que o governo planeja vender. 

Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, as loterias são partes estratégicas da Caixa e fundamentais para a redução da desigualdade regional e social no país.

“Devemos lembrar que a Caixa Loterias já é uma subsidiária e está na lista de privatizações do Governo. Se for vendida, a empresa vai continuar repassando estes valores para essas áreas ou estes recursos vão para o lucro da empresa?”, questionou Takemoto.

Segundo ele, as loterias reforçam o papel social da Caixa, por isso que a Fenae continuará  lutando para que nenhuma subsidiária do banco seja vendida.

Veja como ficou a distribuição dos repasses sociais

Ministério do Esporte: R$ 413.138                                                                                                        Clubes de futebol: R$ 63.942
Comitê Olímpico do Brasil: R$ 297.992
Comitê Paralímpico Brasileiro: R$ 162.672
Comitê Brasileiro de Clubes: R$ 82.763
Confederação Nacional dos Clubes: R$ 6.524
Secretarias Estaduais dos Esportes: R$ 165.526
Confederação Brasileira de Desporto Escolar: R$ 35.882
Confederação Brasileira do Desporto Universitário: R$ 17.941
Prêmios prescritos repassados ao Fies: R$ 311.957
Fundo Nacional da Cultura: R$ 484.862
Fundo Penitenciário Nacional: R$ 169.656
Fundo Nacional de Segurança Pública: R$ 1.533.601
Seguridade Social: R$ 2.895.383
Fundo Nacional da Saúde: R$ 4.662
Fundo Nacional de Apoio à Criança e Adolescente: R$ 1332
Concursos Especial Apae: R$ 773
Concursos Especial Cruz Vermelha Brasileira: R$ 961
Concursos Especial Fenapestalozzi: R$ 2.063
Imposto de renda sobre prêmios pagos: R$ 1.394.833
Total de repasses: R$ 8.046.463

Com informações da Fenae