Escrito por: Walber Pinto
Seminário vai debater estratégias de luta de LGBT´s por emprego e contra discriminação no mercado de trabalho nos dias 21 e 22 de junho, em São Paulo
O Coletivo LGBT da CUT promoverá entre os dias 21 e 22 de junho o Seminário ‘LGBT e o mundo do trabalho’, na sede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), no centro de São Paulo.
A atividade, que acontece na semana da maior Parada LGBT, será realizada no próximo dia 23, terá como objetivo traçar um diagnóstico da situação atual de lésbicas, gays, travestis e transexuais no mundo do trabalho no Brasil.
Além do Coletivo LGBT da CUT, o seminário é organizado pelo PT, Instituto Lula e conta com o apoio do Solidarity Center, entidade vinculada à AFL-CIO, central sindical dos EUA.
Em razão da identidade de gênero, no caso das pessoas trans, a ausência de inclusão das travestis e transexuais no mercado formal de trabalho se torna ainda maior e gera um caos social. Os poucos postos de trabalho formal que são ocupados por essa população estão entre os mais precarizados.
Segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 90% deste público está se prostituindo no Brasil e apenas 10% trabalha com registro em carteira. Ainda de acordo com o levantamento da Elancers, empresa de recrutamento e seleção, cerca de 20% das empresas no Brasil não contratam LGBT em razão da sua orientação sexual e de identidade de gênero.
Para a secretária nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT, Jandyra Uehara, há dois desafios para a inserção de LGBT no mundo do trabalho, um deles, ressalta a dirigente, é aprofundar a análise desta realidade por meio de pesquisas.
“É necessário obter mais dados que sejam precisos e abrangentes sobre a situação de LGBT no mercado de trabalho, como por exemplo, cobrar do IBGE a inclusão de questões sobre orientação sexual e identidade de gênero em algumas de suas principais pesquisas”.
Jandyra defende também uma articulação com universidades e instituições de pesquisa em torno deste esforço.
O segundo desafio apontado por ela, “é orientar as entidades sindicais da CUT a incluir cláusulas nos acordos coletivos, garantindo aos trabalhadores LGBT direitos já adquiridos pelos demais”.
Marcos Freire, coordenador do Coletivo Estadual-SP LGBT da CUT, defende que mais sindicatos estejam engajados na luta contra a discriminação de gays, lésbicas, travestis e transexuais em postos de trabalho.
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“A CUT vem trabalhando no sentido de agregar sindicatos na questão LGBT porque a gente percebe o retrocesso nas políticas públicas desde a eleição de um governo conservador e LGBTfóbico que ataca gays, lésbicas, travestis e transexuais”, disse se referindo ao governo de extrema direita de Jair Bolsonaro (PSL).
"Defendemos também Lula livre como forma de voltarmos a institucionalidade e a democracia no país", diz Freire.
No próximo dia 23, também em São Paulo, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) prepara quatro dias de cursos sobre relações de trabalho para LGBT que irão debater desde as relações de trabalhos às negociações coletivas para os trabalhadores e trabalhadoras LGBT’s.
Os interessados e interessadas no curso podem se inscrever até o dia 21/06. Basta enviar um e-mail para contatoescola@dieese.org.br ou ligar nos telefones (11) 3821 21-50.
21 de junho (sexta-feira)
09h00 – Abertura
10h00 – Painel: “LGBTs e o mundo do trabalho: situação e perspectivas”
12h30 – Almoço
14h00 – Mesa redonda: “Experiências de acesso e permanência de LGBTs no mundo do trabalho”
17h00 – Marcha Trans
22 de junho (sábado)
09h00 – Plenária de encaminhamentos e encerramento
10h30 – Reuniões das entidades
Em caso de dúvidas, escreva para spso@cut.org.br ou ligue para (11) 2108-9154.