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“Não é uma guerra, é um genocídio do povo palestino”, diz Sergio Nobre

Em ato pela paz que reuniu centrais sindicais e movimento popular, em SP, presidente da CUT afirmou que movimento sindical deve usar sua voz para exigir o fim do massacre

Publicado: 15 Novembro, 2023 - 13h24 | Última modificação: 15 Novembro, 2023 - 14h10

Escrito por: Redação CUT | texto: André Accarini | Editado por: Vanilda Oliveira

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O presidente nacional da CUT, Sergio Nobre, dirigentes de outras centrais sindicais, e lideranças de movimentos populares participaram do “Ato Pela Paz e Valorização da Diplomacia Brasileira”, que repudiou o massacre do povo palestino por Israel, em reação aos ataques do grupo Hamas, em 7 de outubro. O protesto aconteceu nesta terça-feira (14), em frente ao Theatro Municipal de São Paulo, no centro da capital paulista.

Para o presidente nacional da CUT, o que tem chocado o mundo pelo número de mortes de civis, principalmente, crianças “não é uma guerra, mas sim um genocídio que o governo de Israel vem impondo ao povo palestino desde o início do conflito".

Segundo organizações internacionais, já são mais de 11 mil palestinos mortos, desde o início do conflito, sendo quase 5 mil crianças, além de 1.500 desaparecidos e mais de duas dezenas de milhares de inocentes feridos. O governo (de extrema-direita) de Israel informa 1.200 mortes nos ataques de 7 de outubro. Números que comprovam a desproporção da resposta israelense.

“Estão chamando de uma guerra de Israel contra o Hamas, mas não é. Há um desequilíbrio total. O que está acontecendo na Palestina é um genocídio. Estão matando crianças, mulheres, idosos que não têm nada a ver com essa guerra”, disse Sergio Nobre, ao destacar que o Hamas ‘não representa o povo palestino’.

Para o presidente nacional da CUT, atos de repúdio são importantes “para chamar a atenção da sociedade, do nosso governo, dos governos da região em conflito, do movimento sindical do mundo todo de que é urgente o cessar-fogo imediato”.

“Tem que acabar com essa guerra, tem que ter ajuda humanitária, em especial ao povo palestino, para que se possa reconstruir os laços de paz”, afirmou o presidente nacional da CUT.

Participaram do ato, dirigentes nacionais da Central, da CUT São Paulo, lideranças da Força Sindical, CTB, CSB, NCST e Pública. Além das centrais, o presidente do Fórum Latino-Palestino e coordenador da Frente Palestina, Mohamed Al-kadri, destacou em sua fala disse “que a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras contra a exploração é universal e que a adesão das centrais sindicais fortalece os eventos, os atos e a luta em prol da causa palestina”.

Sérgio Nobre com Mohamed Al-Kadri (foto:Roberto Parizotti)Sérgio Nobre com Mohamed Al-Kadri (foto:Roberto Parizotti)

Em nota oficial, a CUT já havia condenado as atrocidades cometidas por Israel contra o povo palestino desde o início desse conflito. Condenou também o ataque do Hamas que matou e sequestrou cidadãos israelenses.

Não é possível que um ser humano veja aquelas imagens de corpos de mulheres, crianças amontoados pelas calçadas, que veja o genocídio e não se comova com isso
- Sergio Nobre


Direito à vida

Princípios fundamentais da CUT, solidariedade e defesa da classe trabalhadora reforçam o engajamento da Central na luta pela paz na região palestina. Sergio Nobre destaca que o movimento sindical nasceu para defender direitos. “E não há direito maior do que o direito à vida”, disse o presidente nacional da CUT.

“A classe trabalhadora é internacional. Temos os mesmos problemas em todos os cantos do planeta. Construímos relação de irmandade com as centrais do mundo todo, em especial com o povo que mais sofre”, afirma Nobre.

Nas guerras, destaca o presidente nacional da CUT, “quem paga a conta é a classe trabalhadora, o povo mais pobre, o desempregado”. Por isso, ele reforça ser essencial que o movimento sindical use sua voz para exigir o fim massacre do povo palestino.

A vice-presidenta nacional da CUT, Juvandia Moreira, também participou do ato e destacou a importância de ir às ruas para prestar solidariedade ao povo palestino.

“As centrais têm que estar nas ruas, sim. Esse é um problema da humanidade. São milhares mortes, com uma resposta do governo de Israel, que é uma coisa desproporcional e absurda, e que já vem há muitos anos se arrastando daquela forma”, disse a dirigente.

As centrais sindicais tiveram a sabedoria de, nesse dia, mesmo com tantos problemas que temos no Brasil, que a classe trabalhadora enfrenta, de prestar, solidariedade e chamar a atenção do Planeta para necessidade da paz, de cessar-fogo e de exigir ajuda humanitária para o povo palestino
- Sergio Nobre

Ato Pela Paz -Centrais SIndicais (Foto: Roberto Parizzotti)Ato Pela Paz -Centrais SIndicais (Foto: Roberto Parizzotti)
Em casa, salvos

Na noite de segunda-feira (13), mais um avião com 32 brasileiros e familiares palestinos resgatados de Gaza chegou ao Brasil. Eles foram recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além da primeira-dama, Janja da Silva, e uma comitiva de ministros. No total,  o governo federal já resgatou 1.477 brasileiros da zona de conflito no Oriente Médio em voos da Força Aérea.

Para Sergio Nobre, a figura de Lula perante o mundo é de um líder ‘com autoridade para defender a paz’, como vem defendendo.

“Estive na ONU junto com presidentes de outras centrais brasileiras quando Lula fez seu discurso na abertura da Conferência das Nações Unidas. Fiquei emocionado porque faltava no mundo uma voz com autoridade e defesa da paz, dos direitos humanos, da centralidade do trabalho no mundo e o discurso de Lula foi firme em defesa da paz”, diz o presidente nacional da CUT.

Sergio Nobre ainda ressaltou que o presidente da República não mede esforços em busca de uma solução para o conflito e que também considera situação um ‘massacre’

“Lula disse que o que está acontecendo na palestina é um massacre, não uma guerra. E Lula tem autoridade para falar isso. Hoje, ele não é só um presidente que representa a classe trabalhadora brasileira, mas é o presidente da classe trabalhadora mundial. E faltava no mundo essa voz com essa autoridade”, afirmou.