Não vacinados têm até 60 vezes mais chances de morrer por Covid-19
Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos aponta para eficácia dos imunizantes. Vacinados com três doses estão mais seguros
Publicado: 28 Dezembro, 2021 - 09h11 | Última modificação: 28 Dezembro, 2021 - 09h13
Escrito por: Redação RBA
Estudo do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos indica que a chance de pessoas não vacinadas morrerem de covid-19 pode ser 60 vezes maior que a de vacinados.
De acordo com dados coletados nos últimos meses, foram detectadas 61 mortes por milhão de pessoas não vacinadas no país. Mas esse número cai para cinco por milhão entre vacinados com duas doses; e para um por milhão para quem que recebem a terceira dose de reforço. Sobre a suscetibilidade a infecções, autoridades apontam para 4.510 casos por milhão entre não vacinados; para 1.340 para pessoas com duas doses; e 480 entre os que receberam o reforço.
Os dados reforçam a importância da vacinação diante das diferentes variantes do coronavírus. Em grande parte dos Estados Unidos, a variante ômicron é dominante. Logo, os imunizantes seguem apresentando resultados robustos mesmo diante da cepa mais recente, identificada pela primeira vez na África do Sul.
Diante dos dados irrefutáveis sobre a necessidade da vacinação, a cidade de Nova York adotou, a partir desta segundafeira (27), uma medida ousada. Isso porque entrou em vigor medida que obriga todos os trabalhadores da cidade a se vacinar, sob pena multa de R$ 5,6 mil.
Vacinados e conscientes
Diante dos dados, a neurocientista coordenadora da Rede Análise Covid-19 Mellanie Fontes-Dutra reafirma a necessidade da vacinação.
“A melhor escolha é a prevenção. Vacine-se. Busque a 1ª, 2ª e 3ª dose, dependendo de seu status vacinal. Portanto, não é tarde para fazer boas escolhas. Use máscaras PFF2, some com distanciamento físico e ambientes bem ventilados sempre que possível. Conscientize as pessoas próximas.”
Subnotificação e líder de mortes
O Brasil enfrenta problemas na notificação de casos e mortes de covid-19 desde setembro, após resolução do Ministério da Saúde, que deixou o país “às cegas”. Mesmo assim, o país segue como líder nas mortes em 2021 em decorrência do vírus. São 618.534 vítimas desde o início da pandemia, em março de 2020, sem considerar ampla subnotificação.
Nas últimas 24 horas, morreram 86 pessoas de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Além disso, o país chegou a 22.246.276 de casos, sendo notificados 6.840 novos contágios nesta segunda. Por falhas no sistema, não estão contabilizados dados de São Paulo.
No país, 67% das pessoas estão com esquema vacinal completo com duas doses. Receberam ao menos a primeira 75%. Cerca de 20 milhões de brasileiros habilitados ainda não retornaram para a segunda dose, 1 milhão destes no estado de São Paulo e 413 mil na capital.
Amplitude vacinal
A amplitude da cobertura vacinal é um dos pontos essenciais para a resposta dos países aos desafios que a pandemia ainda impõe. O coordenador da Rede Análise Covid-19, Isaac Schrarstzhaupt, aponta três eixos que levam países a enfrentar novas ondas de covid-19: “Estagnação da cobertura vacinal; cobertura vacinal não homogênea; e flexibilizações de medidas eficazes (máscaras/aglomerações de muitas pessoas)”.
O coordenador argumenta que quem estagnou em uma cobertura menor (cerca de 60%) está tendo uma onda maior do que quem estagnou em coberturas mais altas (cerca de 80%). “Aqui no Brasil nós ainda não vemos a estagnação nos gráficos de vacinação, mas estamos nos 60%, cobertura onde alguns países começaram a estagnar. Agora, é correr pra vacinar as crianças e convencer aquele amigo/parente a tomar a segunda dose”, completa.
O cientista lembra da importância de vacinar as crianças como uma estratégia coletiva para colocar fim à pandemia. Barreiras neste sentido dificultam o avanço da imunização, bem como outros fatores. “O motivo da estagnação pode ser bem diferente entre cada país. Vacinaram todos os vacináveis e faltam as crianças; Tem muita gente hesitante, maior cultura anti vacinas; Dificuldade de comprar doses; Dificuldade de distribuir doses”.