Escrito por: Walber Pinto e André Accarini

Nas ruas de todo o país, mulheres da CUT reforçam a defesa da vida neste 8 de março

Com o mote Pela Vida de Todas a Mulheres, atos também destacaram a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários e sem anistia para golpistas

Thaina Duete

As ruas de várias cidades do Brasil foram ocupadas, neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, por mobilizações organizadas pela CUT, sindicatos, movimentos feministas, mulheres de movimentos sociais e populares. Neste dia de luta, a pauta principal foi em defesa da vida de todas as mulheres.

Amanda Corcino, secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, que participou do ato organizado na capital federal, Brasília, reforçou durante a manifestação o mote da campanha deste ano.

“Ainda estamos aqui lutando para que a lei da igualdade salarial seja respeitada e que possamos ter as mesmas oportunidades que os homens no mercado de trabalho. Lutando contra a divisão sexual, pelo fim da escala 6 X 1. Estamos aqui lutando contra os altos índices de feminicídio, violência e assédio. Ainda estamos aqui lutando contra a dominação dos nossos corpos e para dizer que criança não é mãe e que estuprador não é pai, e ainda estamos aqui defendendo a democracia e todos os direitos. Que não há democracia sem a ampla participação das mulheres”, disse a dirigente durante o ato.

Democracia e defesa da vida

A dirigente reforçou que, mais uma vez, as mulheres foram às ruas nas várias cidades do país para dar visibilidade às nossas lutas, mas ressaltou que a luta tem que ser feita “todos os dias do ano, por cada um de nós”.

O 8 de março é uma data importante, de visibilidade, mas a nossa luta, sabemos, é todo dia. O machismo não descansa. A misoginia não descansa, as desigualdades não descansam. Por que a violência nos ameaça todos os dias, ainda estamos aqui. E vamos continuar, todos os dias, nessa luta- Amanda Corcino

Amanda Corcino durante ato em Brasília

Bandeiras de luta

A pauta central desde 8 de março foi de grande relevância para o conjunto da sociedade, mas em especial às mulheres, que foi a defesa da democracia. As mulheres foram protagonistas na luta para derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022.

 “Agora, defender a democracia e sem anistia para os golpistas que tentaram tomar o poder de assalto no 8 de janeiro de 2023 é essencial e continua sendo uma luta das mulheres”, continua Amanda.

Além dessas pautas, as bandeiras de luta deste 8 de março de 2025 também incluem a luta pela igualdade salarial; o combate à violência e ao assédio no mundo do trabalho e a importância da Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho – OIT; a política de cuidados e a Convenção 156 da OIT; direitos reprodutivos, violência de gênero e aborto legal; e a importância da 5ª Conferência de Políticas Públicas para as Mulheres.

Os atos deste 8 de março em várias cidades contou também com rodas de conversa, atividades culturais e políticas para debater e reforçar as ações das mulheres.

Veja como foram os atos em várias cidades brasileiras 

- Distrito Federal

Em Brasília, a concentração teve início à13h. O ato político ocorrei às 15h, em frente à Torre da TV. 

- Alagoas 

Em Maceió, a Frente Feminista de Alagoas fizeram um ato unificado começou na Av. Amélia Rosa e percorreu as ruas da cidade para sensibilizar a população e mostrar que a união de esforços é fundamental na luta por direitos, pela democracia, pelo trabalho decente e contra todo tipo de violência e o patriarcado. 

- Ceará

Em Fortaleza, o ato, que começou por volta das 9h na Praça da Bandeira, reuniu milhares de mulheres nas ruas demonstrando a força e a união das trabalhadoras na luta por seus direitos. “Foi um marco de resistência e esperança”, disse Claudinha Silva, secretária de mulheres da CUT Ceará. 

Thainá Duarte

- Maranhão

Na capital São Luís, a concentração do ato das mulheres aconteceu na Praça Deodoro. De lá as mulheres seguiram em caminhada pela Rua Grande, com ato na Praça João Lisboa e encerramento na Casa do Maranhão. 

CUT-MA

- Mato Grosso

Em Cuiabá, a CUT-MT, sindicatos e movimentos também realizaram atos neste 8 de março. 

- Pará

Em Belém, movimentos de mulheres da CUT, movimentos sociais e movimentos populares participaram do ato do #8M pela vida de todas as mulheres. Elas também reivindicaram mais moradias populares e o fim da violência.

CUT-PA

- Paraíba

Em João Pessoa, o ato das mulheres reuniu dezenas de trabalhadoras. Cícera Isabel, Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Paraíba ressaltou, durante o ato, a importância da data para dar visibilidade à luta das mulheres por igualdade, direitos, segurança e celebrar novas conquistas.

Washington Araujo

- Paraná

Em Curitiba, as mulheres foram às ruas em luta por trabalho digno, autonomia sobre os corpos e territórios. Por direitos reprodutivos, contra a fome, o fascismo, o racismo, a transfobia e o patriarcado. A marcha começou com uma concentração na Boca Maldita e seguiu pelo centro da cidade.

Gibran Mendes 

- Piauí

Em Teresina, ato unificado reuniu mulheres de diversos segmentos na Praça Rio Branco, seguido de caminhada pelas principais ruas do centro da capital. A CUT e movimentos levaram às ruas a defesa dos direitos das mulheres, a luta contra o feminicídio e a luta contra toda forma de violência.

Socorro Silva

- Pernambuco

Em Olinda, a manifestação foi em frente ao Mercado Público Eufrásio Barbosa. 

- Rio Grande do Norte

Em Natal, centrais sindicais, entidades, movimentos sociais e de mulheres, além de partidos políticos e mandatos populares realizaram, uma caminhada pelas ruas do bairro Redinha.

Concitta Alves 

- Rio Grande do Sul

Em Porto Alegre, as mulheres cutistas se reuniram no Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público, junto com os sindicatos, movimentos sociais, centrais sindicais e saíram em marcha pelo centro da capital gaúcha.

Matheus Piccini/CUT-RS

- Santa Catarina

Em Chapecó, Santa Catarina, mulheres de sindicatos CUTistas se uniram aos movimentos sociais para realizar um ato na manhã deste 8 de março na Praça Coronel Bertaso, exigindo a liberdade de Sônia Maria de Jesus, mulher negra e surda que há 40 anos vive em regime de trabalho análogo à escravidão na casa de um desembargador de Florianópolis. O ato também foi de luta pelo fim da desigualdade salarial, fim assédio e pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário.

“É um dia de celebrar, dia de continuar a luta, temos direitos de salário igual para trabalho igual. Queremos que as mulheres tenham emprego e do direito à vida”, disse durante o ato Rosane Bertotti, secretária nacional de Formação da CUT.

Silvia Meneghatti (SITESPM-CHR)

- São Paulo

Na capital, organizada pela CUT-SP em conjunto com moviumentos sociais e outras centrais, a marcha ocupou uma das faixas da Avenida Paulsita, no início da tarde.

Ahead

Em Osasco, sindicatos e a subsede da CUT-SP mobilizaram a militância em um ato no centro da cidade para reivindicar pela igualdade de gênero em todos os espaços. Licença maternidade de 180 dias, dignidade menstrual e igualdade salarial também foram pautas levadas às ruas.

Subsede CUT-SP

Em Campinas, o ato reuniu sindicatos CUTistas, movimentos sociais e políticos. Além das pautas unitárias, o fim da escala 6X1 também fez parte da mobilização.

Laiza Lopes

Em Sorocaba, sindicatos da CUT participam do ato pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres. O ato foi marcado por protestos contra o feminicídio e todas as formas de violência.

CUT-SP

- Sergipe

Na capital Aracaju, mulheres da CUT marcharam ao lados de movimentos sociais destacando a luta contra a fome e todas as formas de violência e pela prisão de todos os golpistas do 8 de janeiro de 2023. “Sem Anistia!” foi palavra de ordem puxada pelo Bloco Siri na Lata, que. aproveitando a ressaca e a energia do carnaval, participou do ato.

Iracema Corso