Escrito por: CUT / CUT-SP
Concentração de grande ato em São Paulo tem 250 mil pessoas pelo fim da Reforma da Previdência
Antes mesmo do grande ato de encerramento do Dia Nacional de Paralisação, marcado para 19h, a avenida Paulista já estava ocupada por 250 mil pessoas que se uniram para protestar contra as Reformas da Previdência e Trabalhista propostas pelo governo ilegítimo de Michel Temer.
Mais uma vez, a Paulista foi tomada pelos movimentos sindical e sociais. Porém, desta vez, tinha cores e contornos diferentes. As organizações de esquerda ganharam a companhia de quem não milita em nenhuma frente, mas perdeu a paciência com a sequência de ataques aos direitos da classe trabalhadora.
A pá de cal, sem dúvida, foi a tentativa de impor a Reforma da Previdência, que unificou a insatisfação popular com Michel Temer (PMDB). Na avenida Paulista, a professora Márcia Soares simbolizava a revolta daqueles que não estão habituados a manifestações, mas que viram nas medidas totalitárias do governo federal ilegítimo um motivo para ir às ruas.
“Sou mulher, negra, professora e mãe. Estou na luta e acho super importante essa luta contra a Reforma Previdenciária porque ela atinge todos os brasileiros. Estou na luta hoje porque tenho uma filha especial, cadeirante, que é mulher e vai precisar desse benefício no futuro. Mas essa luta não só minha, ela é de todos os brasileiros”, afirmou Márcia.
Na memória popular, está a imagem do “pato amarelo” da Fiesp, uma das principais financiadoras do golpe político que retirou do poder a presidenta eleita do Brasil, Dilma Rousseff, e que deu início ao processo de tentativa de retirada dos direitos da classe trabalhadora. Ao passar na frente da sede da entidade patronal, os manifestantes ironizavam gritando “cadê o pato?”
A preocupação com o futuro da família fez com que o aposentado Carlos Rocha, 71 anos, também fosse à Paulista protestar. "Apesar de já receber o benefício, tenho duas filhas em casa, uma professora e outra enfermeira, que talvez não consigam se aposentar. Nós temos que tirar esse homem (Temer) de lá", disse.
Força da manifestação
O presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, repercutiu a força do ato. “A classe trabalhadora deu o seu recado para o governo golpista de Michel Temer. Hoje, em São Paulo, várias categorias pararam e isso demonstra nossa capacidade. Ou o governo retira o projeto do Congresso Nacional ou nós vamos paralisar o país inteiro e fazer uma greve geral”, afirmou.
Para o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, o ato pode superar a pauta da Reforma da Previdência. “Hoje é um dia histórico. Hoje é o dia em que teve uma virada, até aqui só vinham os movimentos organizados. Hoje, vieram também a massa de trabalhadores e a periferia, que paralisaram. Isso acende o alerta e crava o começo do fim desse governo golpista.”
Gilmar Mauro, coordenador nacional do MST, também ressaltou o trunfo político e apoio popular que significa o grande ato desta quarta-feira (15), em São Paulo. “A diferença dessa para as outras manifestações, é que além desse visual maravilhoso da avenida Paulista, hoje paralisamos o país. Com certeza, vamos virar esse jogo e derrubar a Reforma da Previdência. Evidentemente que queremos, também, reestabelecer a democracia no país.”
Matéria escrita por: Vanessa Ramos, André Accarini, Luis Carvalho, Igor Carvalho e Rafael Silva
Edição: Sérgio Alli