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Natal: Professores recorrem ao MPT e ao pleno do TJRN para impedir corte de salários

Decisões sádicas para impedir que categoria lute pelo direito ao reajuste do piso do magistério de 2022 foram tomadas monocraticamente pelo mesmo desembargador

Publicado: 19 Maio, 2022 - 16h39 | Última modificação: 19 Maio, 2022 - 16h51

Escrito por: Concita Alves, CUT-RN | Editado por: Marize Muniz

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Lenilton Lima

Após inúmeras tentativas de negociação com a Prefeitura do Natal pelo pagamento do reajuste do piso nacional de magistério de 2022, de 33,24%, e revoltados com o sadismo das autoridades locais que determinaram o corte dos salários referente aos dias em que se mobilizaram para conquistar o direito, os professores da rede municipal da capital potiguar decidiram judicializar a luta.

Na tarde desta quarta-feira (18), a categoria aprovou, em assembleia, que vai acionar o Ministério Público do Trabalho (MPT) para reverter o corte do ponto e os descontos salariais em função da greve, considerando o cumprimento dos 200 dias letivos.

Os professores também decidiram que a assessoria jurídica do Sinte/RN vai solicitar que as ações relacionados à mobilizalção da categoria pelo piso, que hoje se encontram com o desembargador Virgílio Macedo Júnior, que já deu várias decisões favoráveis à Prefeitura, todas monocráticas - decisões poferidas por apenas um magistrado -, sejam julgadas pelo Pleno, o órgão deliberativo da Corte.

“Na audiência nessa quarta-feira(18) com o desembargador Macedo Júnior sobre o corte de ponto e descontos salariais em função da greve, ficou claro que este “não está empenhado em intermediar uma negociação com o prefeito Álvaro Dias (PSDB), conforme prometido, e que o corte no ponto dos educadores continua, além da multa de R$ 100 mil por cada dirigente e outros R$100 mil para a entidade”, afirmou a Coordenadora-Geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-RN), professora Fátima Cardoso.

Ação sindical não para

Desde a segunda-feira (16), quando a secretária Municipal de Educação (SME), Cristina Diniz, enviou ofício às Unidades de Ensino informando sobre o desconto de salários e reposição das aulas, professores e dirigentes do Sinte/RN deram início a uma intensa mobilização na perspectiva estabelecer o diálogo e manter os direitos da categoria.

Eles já visitam os gabinetes dos vereadores Divaneide Basílio (PT), Ana Paula (Solidariedade), Júlia Arruda (PCdoB), Brisa Bracchi (PT) e do vereador Robério Paulino (PSOL) para protocolar ofício pedindo aos parlamentares para impedir o corte do ponto dos professores determinado pela Prefeitura. Simultaneamente, uma comissão esteve na SME cobrando a retirada do conteúdo referente ao corte salarial do ofício circular nº 060/2022.

A multa milionária imposta ao sindicato e aos sindicalistas é outro ponto que revolta os educadores, que lutam apenas por direitos, e será foco de ações sindicais no Brasil e no exterior.

“É uma tentativa de desmobilização, de enfraquecer o movimento sindical, de quebrar as pernas do maior sindicato do estado, mas nós iremos encontrar saídas e apoio político em entidades nacionais e internacionais para reverter essa situação”, garantiu Fatima Cardoso.

Outros Encaminhamentos da Assembleia

- Elaboração de dossiê sobre a situação das escolas e falta de professores;

- Campanha de comunicação denunciando o descaso da prefeitura com a educação e a categoria;

- Judicialização dos 33,24% caso não haja avanço nas negociações sobre a atualização salarial.

- Não reposição das aulas previstas para março de 2023, caso haja corte de salários na folha de maio de 2022.

Calendário

O ano letivo de 2022 será concluído apenas em fevereiro de 2023, incluindo aulas no fim de semana. Ao todo serão nove aulas aos sábados, sendo sete entre junho e dezembro deste ano, além de dois sábados e 9 dias em janeiro, mais quatro dias em fevereiro, apesar do prazo para conclusão do processo avaliativo dos estudantes ser até 18 de janeiro.