Escrito por: RBA
Projeto levou comida para famílias em situação de vulnerabilidade e ultrapassou meta de 700 toneladas
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vai alcançar a marca de mil toneladas de alimentos doados no âmbito da campanha Natal Sem Fome. A ação visa colocar comida no prato de famílias que vivem em maior situação de vulnerabilidade social, tanto nas periferias urbanas quanto nas rurais.
A meta inicial do MST era a de doar 700 toneladas de alimentos, mas, graças à uma rede de solidariedade, foi possível chegar à marca de mil toneladas. O dirigente estadual do MST em São Paulo, David Zamory, explica que um dos objetivos da campanha é exatamente este: propagar o valor da solidariedade.
“Nosso objetivo é mostrar que a classe trabalhadora pode ser solidária entre si. Nós esperamos mobilizar a população brasileira contra esse desmonte de políticas públicas e mostrar, por meio da nossa luta, que é possível vislumbrar um horizonte de democracia e justiça social. Vamos construir uma alternativa de soberania para nosso povo e a única forma é pela unidade popular”, afirmou ele, em entrevista à repórter Júlia Pereira, da Rádio Brasil Atual.
As mil toneladas de alimentos doados pelo MST equivalem a 50 mil cestas básicas compostas por produtos como arroz, feijão, suco, café, frutas, verduras e legumes. As famílias também estão sendo beneficiadas por marmitas, além das ceias populares realizadas no final de 2021.
A maior parte dos alimentos doados tem como origem os assentamentos, acampamentos e cooperativas da reforma agrária popular, programa do movimento para garantir a soberania alimentar da população. “O Natal Sem Fome é uma denúncia contra o governo Bolsonaro e, ao mesmo tempo, é um anúncio da reforma agrária popular, um programa de luta do MST, como alternativa real para garantir a soberania alimentar da população, com o objetivo de colocar todas as terras improdutivas para serem assentamentos da reforma agrária, tendo milhares de pessoas vivendo, trabalhador e produzindo alimentos saudáveis”, acrescentou David.
As doações estão sendo distribuídas em periferias urbanas e rurais, comunidades indígenas e para a população em situação de rua dos 24 estados onde o MST atua. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, serão mais de 2.600 cestas doadas a 17 comunidades indígenas. Entre elas, está a retomada Nhu Vera Guasu, localizada no município de Dourados, onde vive Laurentino Garcia, da etnia guarani-kaiowá, que ressalta a importância da ação do movimento e dos apoiadores da campanha.
“Poucos governos lembram dos povos indígenas. Nós precisamos correr atrás. E o MST vem atrás da gente, até nós, para ajudar. Por isso, os indígenas guarani-kaiowá têm grande dívida com eles. Nós agradecemos os apoiadores pela solidariedade conosco desde sempre.”
As contribuições para a campanha Natal Sem Fome podem ser feitas até o dia 6 de janeiro. A arrecadação de doações está sendo realizada por meio da coleta de alimentos não perecíveis, entregues nas lojas da rede Armazém do Campo, do MST. Já as doações em dinheiro podem ser feitas a partir de qualquer valor pelo pix campanha@institutocultivair.org.br.