Escrito por: Redação CUT

Negociação com Fenaban conquista avanços no combate ao assédio sexual

Nova rodada de negociação para renovação da convenção coletiva dos bancários está prevista para o dia 22/07

SPBancarios

 

Os bancos se comprometeram a analisar as reivindicações dos trabalhadores e das trabalhadoras, de inclusão de um artigo específico de combate ao assédio sexual na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, com as denúncias de assédio apuradas numa comissão bipartite formada por representantes do sindicato e das instituições financeiras.

O encontro aconteceu nesta quarta-feira (06), entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), durante a terceira rodada de negociação da campanha salarial deste ano. 

Saiba o que é e qual a importância da negociação coletiva feita pelos sindicatos

"Exigimos o compromisso dos bancos no avanço a medidas de combate ao assédio sexual na negociação deste ano. Queremos ter acesso a todas as denúncias envolvendo o trabalhador, inclusive no canal dos bancos. Isso também inclui acompanhar a proteção e assistência às vítimas e a punição dos culpados. As denúncias que aconteceram na Caixa deixaram claro a importância de ter transparência em todo o processo de apuração, com o acompanhamento dos Sindicatos", disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

“Os recentes casos de assédio sexual no sistema financeiro demonstraram a necessidade urgente de avançarmos nesta pauta, do combate ao assédio sexual e moral”, avaliou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “A série de denúncias divulgadas pela imprensa, de assédios promovidos pelo alto escalão da Caixa, determinou o afastamento de Pedro Guimarães da gestão do banco e está dando força às vítimas, para não se calarem. Inclusive, estamos recebendo mais relatos, que estão sendo apurados”, explicou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional.

A igualdade de oportunidades é uma reivindicação da categoria. Na categoria bancária, as mulheres ocupam 49% do total de postos de trabalho e recebem, em média, salários 23% menores que os dos homens. Essa realidade é ainda mais injusta quando se observa que as mulheres bancárias têm escolaridade maior que a dos bancários. 78% das bancárias têm nível superior completo, enquanto entre os homens esse percentual cai para 73%.  Em seus Relatórios Anuais de Sustentabilidade os bancos apresentam algumas informações que ilustram a desigualdade com a qual as mulheres são tratadas nestas instituições. Essa desigualdade também inclui os trabalhadores negros. De acordo com dados do censo da categoria bancária, as pessoas pretas nos bancos são apenas 3,4% e as pardas apenas 21,3%. Em relação à remuneração, as mulheres negras nos bancos recebem o equivalente a apenas 58% do que recebem os homens brancos.

“O debate da igualdade de oportunidades é muito mais que um debate interno da categoria, é um debate civilizatório, e nós enquanto uma das categorias mais organizadas do país podemos e devemos dar a nossa contribuição à sociedade cobrando medidas mais efetivas dos bancos no combate a todo e qualquer tipo de preconceito e de violência, inclusive e principalmente no combate ao assédio sexual dentro do sistema financeiro”, completou o secretário de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Elias Jordão.

Audiência - Nesta quarta-feira pela manhã, as coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira e Ivone Silva, também participaram de audiência contra o PL 1043/19, que permite a abertura de agências bancárias aos sábados e domingos, para atendimento ao público:

 

Acontece nesta quinta-feira (7), a partir das 14h, uma audiência no Congresso para debater a MP, que prejudica o acesso aos jovens e reduz direitos das mulheres no mercado de trabalho.