Escrito por: Rosely Rocha
Profissionais de enfermagem pressionam pela aprovação do PL nº 2564, que institui um piso salarial nacional do enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteira, e por uma jornada de 30h semanais
No Dia Internacional da Enfermagem, profissionais do setor foram às ruas lutar por melhores condições de trabalho e renda. Esses trabalhadores e trabalhadoras essenciais nos cuidados com a saúde de toda a população do país, especialmente neste momento em que atuam na linha de frente no combate à pandemia da Covid-19, arriscando inclusive suas vidas, travam uma luta desde 1955 pela criação de um piso salarial e pela regulamentação da jornada de 30 horas semanais.
E foi isso que eles foram exigir nesta quarta-feira (12). Um piso salarial condizente com os esforços de enfermeiros, enfermeiras, técnicos e técnicas e auxiliares de enfermagem e parteiras. Direitos básicos exigem esses trabalhadores que já perderem 778 colegas para a Covid-19, desde março de 2020. A categoria reivindica pisos salariais de R$ 7.315,00 para enfermeiros; 70% deste valor, R$ 5.120,50, para técnicos de enfermagem; 50% daquele valor, R$ 3.657,50, para auxiliares de enfermagem e parteira.
Para chamar a atenção da população para esta realidade, nesta quarta-feira (12), em que se comemora o início da Semana da Enfermagem que vai até o próximo dia 20, e pressionar os parlamentares para que seja votado e aprovado o Projeto de Lei (PL) nº 2564, que tramita no Senado Federal, que trata do tema, profissionais da saúde saíram pelas ruas de São Paulo.
Eles percorrem a Avenida Paulista, da altura do Masp até o complexo do Hospital das Clínicas, nas imediações da região. Os manifestantes tomaram os cuidados necessários para que não houvesse aglomeração e o distanciamento social fosse mantido, a fim de evitar o contágio da covid-19.
Roberto Parizotti (Sapão)Roberto Parizotti (Sapão)
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Em Brasília, o Conselho Nacional de Enfermagem (Cofen) estendeu uma imensa faixa em frente ao Congresso Nacional, pedindo a aprovação do Projeto de Lei.
Cofen / DivulgaçãoPela manhã houve tuitaço em favor da aprovação do Projeto de Lei, e a partir das 14 horas teve início a Marcha Virtual. Diferente de uma live, a Marcha term horário estendido até às 17h30 para que a categoria possa participar e debater os diversos temas de interesse dos profissionais da saúde.
A tarde, a partir das 16 horas, a Federação Nacional de Enfermagem e outros representantes da categoria se reúnem com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para pedir que o projeto entre na pauta de votação da Casa. Se aprovado ainda passará pela Câmara e depois segue para a sanção presidencial.
“Nós temos o apoio de quase 60 senadores e conseguimos o parecer favorável da relatora, mas precisamos que este apoio seja concretizado e o projeto entre na ordem do dia para ser votado pelo Senado Federal”, diz a presidenta da Federação Nacional dos Enfermeiros,Shirley Morales.
A mesma luta dentro do Senado tem sido travada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Mas, no último encontro marcado para a segunda-feira (10) entre a entidade com o presidente da Casa, o autor do PL, Fabiano Contarato (Rede- ES) e a relatora, Zenaide Maia (Pros- RN), o representante do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) simplesmente não compareceu, apesar de ter sido confirmada a sua presença há vários dias.
*Edição: Marize Muniz
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