No Dia do Basta, bancários paralisam agências e protestam contra Fenaban
Com paralisações em agências e centros administrativos, categoria exige une campanha nacional por valorização e defesa de direitos à atos de resistência em defesa do emprego e da democracia
Publicado: 10 Agosto, 2018 - 15h36 | Última modificação: 10 Agosto, 2018 - 16h07
Escrito por: Redação RBA, com edição CUT
Bancários de diversas regiões do país participam das mobilizações do Dia do Basta, nesta sexta-feira (10). Com paralisações em agências e centros administrativos, a categoria protesta contra os retrocessos do governo Temer, o desemprego causado pela política econômica e a perda de direitos provocada pela "reforma" trabalhista.
Os bancários também pressionam a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), por melhores propostas na negociação marcada para o próximo dia 17. A campanha nacional da categoria, por envolve 485 mil trabalhadores, é também referência para os outros setores da economia.
De acordo com a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, a unidade nacional é importante. "Não vamos aceitar nenhum direito a menos e queremos aumento real, além de não substituírem os trabalhadores. É fundamental que os bancos coloquem isso no papel", diz Juvandia.
O Dia do Basta, organizado em todo o país pelas centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, começou com paralisações, atrasos de turnos, atos em portas de fábricas e locais de grande circulação.
Na última quarta-feira (8), em assembleia, a categoria rejeitou a primeira proposta da Fenaban, sobre reposição da inflação e garantia de emprego. Segundo a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, explica que os atos de hoje são uma resposta à patronal.
"Os bancários sabem que, assim como as demais categorias profissionais, foram prejudicados por medidas do governo golpista, entre elas a reforma trabalhista e o desmonte dos bancos públicos. Tanto que, em consulta nacional, 79% dos bancários e bancárias participantes afirmaram que não votarão em parlamentares que aprovaram a lei trabalhista de Temer. Por isso, a categoria está disposta a se mobilizar e vai aderir ao Dia do Basta", diz a presidenta.
No Rio de Janeiro, a categoria fez vigília a partir das 6h na Central do Brasil, seguida de ato público, às 12h, no Boulevard da Avenida Rio Branco, no centro. Está prevista uma manifestação unificada às 16h, na Praça XV.
As agências da Avenida Rio Branco não abriram as portas. "É uma paralisação de advertência. Se os banqueiros não entenderem o recado, podemos entrar em greve por tempo indeterminado", afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Adriana Nalesso.
Agências da Caixa Econômica Federal também ficaram fechadas nesta manhã em Teresópolis e no bairro Aterrado, no Sul Fluminense. Em Campos dos Goytacazes, oito das maiores agências da cidade, como Caixa, Santander, Itaú e Bradesco (calçadão), Santander, Bradesco e Banco do Brasil (Rua 13 de Maio) e Itaú (Rua Santos Dumont), abriram apenas às 12h.
Em Belo Horizonte, bancárias e bancários atrasaram por uma hora a abertura de algumas agências da região central. A partir das 11h, eles se concentram para um ato na Praça Afonso Arinos. "Exigimos uma proposta decente da Fenaban. Além disso, defendemos nossos bancos públicos e um Brasil soberano, com um projeto de desenvolvimento que valorize os trabalhadores", diz a presidenta do sindicato na capital mineira, Eliana Brasil.
No Paraná, as agências bancárias amanheceram paralisadas em Curitiba, Londrina, Cornélio Procópio, Apucarana, Arapoti, Umuarama, Guarapuava, Toledo, Campo Mourão e Paranavaí.
Na Bahia, em Feira de Santana, bancários, que estão em campanha salarial e podem deflagrar greve em setembro, aderiram às paralisações do Dia do Basta e as agências só abriram às 12h.
Em Brasília, os bancários e bancárias também fecharam as agências até às 12h.
Na Paraíba, os bancários retardaram em 1h o expediente das agências em protesto contra os ataques aos direitos dos trabalhadores.