Escrito por: CUT-PR

No Paraná, CUT enfrentou pandemia e autoritarismo de Ratinho Júnior e Bolsonaro

CUT -PR faz balanço dos últimos quatro anos sob a presidência de Marcio Kieller. Apesar do autoritarismo dos governos federal e estadual, a central conseguiu se reaproximar das entidades no interior 

CUT-PR

A trajetória vitoriosa dos últimos 40 anos da CUT nacional foi possível também graças à atuação das CUTs estaduais que em suas localidades mantiveram a luta, apesar dos desafios regionais e nacionais, especialmente nos últimos quatro anos sob a gestão de um governo anti-trabalhador, que nunca dialogou com os movimentos sociais e sindicais e, ao contrário, retirou direitos e perseguiu quem lutava por eles. 

A CUT-PR enfrentou nos últimos quatro anos diversos desafios. Após ter ficado ficar no centro do debate político do país, com o “sequestro” do presidente Lula na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, a Central precisou reinventar-se durante a pandemia e enfrentar o autoritarismo e falta de diálogo com o governo estadual, chefiado por Ratinho Júnior, além das já evidentes dificuldades pela gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, era necessário dar sequência ao processo de regionalização da Central, compromisso assumido pelo então recém-eleito presidente, Marcio Kieller. Após iniciar uma série de visitas às entidades filiadas no interior, a pandemia impediu o avanço do projeto da forma como concebido inicialmente.

“Uma das formas de continuarmos com essa aproximação foi o Quarta Sindical, programa semanal de entrevistas e debates que criamos durante a pandemia e que hoje tem três anos de transmissão ininterrupta”, explica.

De acordo com ele, o Quarta Sindical atendeu ao propósito de manter a unidade do discurso durante o período de isolamento social e também intensificou a aproximação da central com sindicatos no interior do Estado.

“Ao mesmo tempo precisamos lutar contra a falta de diálogo e o autoritarismo de Ratinho Júnior que não ouviu os trabalhadores e trabalhadoras durante todo esse desgastante processo da Covid-19. O mesmo cenário que observamos no cenário nacional com Bolsonaro”, completou.

Essa postura também foi refletida em outros aspectos, como a negociação coletiva dos servidores públicos que, em determinado momento, gerou uma greve de fome pela ausência de diálogo.

“Foram tempos difíceis, mas que conseguimos contornar, preparando o terreno para a nossa unidade que desembocou com a eleição do Presidente Lula”, destacou Kieller.

Ainda no início da sua gestão, sem pandemia, Kieller participou de uma série de atividades em Cuba. Na capital Havana participou da entrega de 2,5 milhões de assinaturas de cubanos para o Brasil em favor da liberdade do Presidente Lula.

Pela posição geográfica do Paraná, que faz fronteira com Argentina e Paraguai, a CUT também adotou a postura de aproximação com entidades sindicais dos países vizinhos. Um grande 1º de Maio internacional foi realizado em 2022, já com o arrefecimento da pandemia, reunindo sindicalistas e trabalhadores de países do Conesul.

 “Também revertemos derrotas em eleições sindicais anteriores, trazendo novamente para a CUT sindicatos importantes como dos trabalhadores dos correios e do serviço público municipal de Curitiba, entre outros”, destacou Kieller.

Reeleito, por unanimidade, para mais um mandato de quatro anos durante o 14º CECUT, realizado no último final de semana de julho, Kieller agora aposta na sequência de projetos já em andamento.

“Vamos dar sequência ao Quarta Sindical como um programa de formação e informação, além de aproximação com nossas entidades. Além disso, seguiremos com a política de dentro para fora, ou seja, fazendo com que a CUT se aproxime de suas entidades, sobretudo no interior. No período após a pandemia já visitamos, presencialmente, mais de 100 sindicatos. Fortalecemos a Central também nas disputas sindicais e continuaremos dando ênfase às questões dos trabalhadores na América do Sul, articulando com entidades novas agendas e lutas conjuntas”, finalizou.