Escrito por: Porém.Net
Guarda Municipal intimida moradores e apoiadores jurídicos de área demolida em Santa Felicidade
Na manhã desta quinta-feira, 02 de maio, a Guarda Municipal de Curitiba esteve na área em que casas foram demolidas nos dias 10 e 11 de abril para remover pertences de moradores e detritos de construção. Não há informações se a ação foi acompanhada por equipes da Fundação de Ação Social, que deve prestar apoio nesses momentos.
Membros da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná e do Instituto Democracia Popular (IDP) estiveram no local para verificar a situação dos moradores.
“A Guarda Municipal estava lá apenas para fazer a segurança da retirada de detritos de demolição da reintegração, mas assumiu uma postura intimidadora ao não deixar ninguém entrar e criar obstáculos para que a gente pudesse se reunir com os moradores”, explica a advogada Mariana Auler, do IDP.
Quando a reunião com os moradores foi realizada, a Guarda Municipal começou a gravar e tirar fotos, tentando intimidar.
Sem mandado judicial, eles também tentaram fazer a retirada das famílias desabrigadas que se alocaram no terreno ao lado, que não era objeto da reintegração.
A Comissão de Direitos Humanos da Alep e o Instituto Democracia Popular vão procurar novamente o Ministério Público e a Defensoria Pública para tentar uma agenda com o objetivo de averiguar possíveis abusos durante a reintegração ocorrida nos dias 10 e 11 de abril, e para pensar em soluções habitacionais para os moradores removidos e para as pessoas ameaçadas de remoção.
Remoções aos poucos
Na última sexta-feira, 26 de abril, o Instituto Democracia Popular recebeu informações, por meio de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, relativas a um procedimento de despejo coletivo na região de Santa Felicidade. Cerca de 60 famílias moravam no local disputado há 30 anos.