No Paraná, trabalhadores de Furnas fazem greve contra a privatização da Eletrobrás
Greve ocorre em protesto contra a votação prevista no Senado, esta semana, da privatização da Eletrobrás
Publicado: 16 Junho, 2021 - 17h33 | Última modificação: 16 Junho, 2021 - 17h37
Escrito por: Ana Carolina Caldas, do Brasil de Fato
Mais de 70 trabalhadores da Subestação de Furnas, em Foz de Iguaçu, no Paraná, entraram em greve na terça feira (15), contra a privatização da Eletrobrás e outras pautas da categoria. A greve é nacional e será de 72 horas.
Os grevistas pedem a retirada da pauta de votação do Senado da MP1.031/2021 que trata da descapitalização da Eletrobrás.
Leia mais: Greve Eletrobras: 1º dia de paralisação é marcado por mobilização dos trabalhadores
Você também pode lutar contra privatização da Eletrobras. Saiba como
Segundo Paulo Henrique Zuchoski, presidente do Sindicato dos Eletricitários de Foz de Iguaçu, a decisão pela greve foi definida em Assembleia.
“Já tínhamos tirado como decisão o estado permanente de greve. E, aguardávamos sair a pauta de votação do Senado para deflagrar a greve de 72 horas. Está na pauta a votação da MP1.031/2021, proposta do governo Bolsonaro, que quer reduzir sua participação no capital da Eletrobrás. Quer comercializar ações que tem em seu poder", explica Zuchoski.
A Medida Provisória (MP) 1031 deve ser votada no Senado nesta quarta (16). Para o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), a proposta visa beneficiar banqueiros e especuladores, que sustentam o governo de Jair Bolsonaro.
A empresa é responsável por 44% da geração de energia elétrica do país e 52% da capacidade de armazenamento de água. Outro alerta que fazem os grevistas é que algumas mudanças foram propostas ao texto da MP, que trazem ainda mais prejuízos.
"O Governo brasileiro tem em torno de 52% do capital da Eletrobrás. A ideia é vender estas ações para entregar o controle acionário para iniciativa privada,” acrescenta. Os grevistas querem a retirada da MP da pauta do Senado.
Entre as mudanças propostas está, por exemplo, obrigar o governo a contratar 6 mil megawatts de usinas térmicas a gás mesmo onde não há reservas nem sequer infraestrutura para transportar o insumo, ente outros itens.
Além da pauta contra a privatização da Eletrobrás, os trabalhadores em greve exigem o cumprimento do acordo coletivo nacional e específico e a revisão da demissão de trabalhadores e trabalhadoras.