Escrito por: CUT-PE
Com programação cultural e artística, a atividade política teve como objetivo reivindicar emprego, renda redução dos juros, valorização do salário mínimo e do serviço público e revogação do novo ensino médio
Sol, praia e disposição. Essa foi a receita que as centrais sindicais de Pernambuco apresentaram neste 1° de Maio, Dia da Trabalhador e da Trabalhadora, no ato político-cultural, na praia do Pina, em Recife, que teve início às 10h, próximo do Cassino Americano.
Com programação cultural e artística, a atividade política teve como objetivo reivindicar emprego, renda redução dos juros, valorização do salário mínimo e do serviço público e revogação do novo ensino médio, entre outros eixos.
Um trio elétrico foi montado no calçadão da praia que fica na zona sul, para as apresentações dos artistas: Andrezinho e amigos; Orquestra Backstage e Dany Milet. Eles cantaram e tocaram muito forró, frevo e brega durante toda a manhã ensolarada; o público vibrou com as presenças dos artistas que mostraram arte e cultura.
Além disso, no passo e compasso da ciranda que os companheiros e companheiras assinalaram que a união, mobilização e participação efetiva das decisões políticas são fundamentais para reconstrução do Brasil, sob o comando do presidente Lula. O presidente da CUT Pernambuco, Paulo Rocha, acentuou a importância desse ato político-cultural unificado. “Pelo fim do trabalho análogo à escravidão e para lembrar dos trabalhadores e trabalhadoras que lutaram e morreram para conquistar os direitos que temos hoje e que a luta não parar” enfatizou.
O tema do 1º de Maio de 2023 é "Emprego, Direitos, Renda e Democracia".
Neste 1º de Maio, as Centrais Sindicais mobilizaram as suas bases com materiais que destacaram 15 pautas prioritárias. São elas:
Valorização do salário mínimo
A Política de Valorização do Salário Mínimo tem impacto positivo direto no bolso do trabalhador, na economia do país, melhorando também o poder de compra dos aposentados e pensionistas da previdência social. Quando a população ganha mais, consome mais e a indústria e o campo produzem mais, gerando mais empregos.
Fim dos juros extorsivos
Juros altos só trazem dívida ao trabalhador. Quem gosta são os bancos. Com os juros mais baixos o endividamento das famílias diminui e com menos dívidas, o brasileiro consome mais e melhor, mais consumo gera mais produção e mais empregos.
Fortalecimento da Negociação Coletiva
Direito fundamental no trabalho, a negociação coletiva cria regras da relação entre trabalhadores e patrões. Sindicatos fortes resultam em acordos coletivos fortes.
Mais empregos e renda
Somente com emprego de qualidade, a renda do trabalhador melhora e o país cresce. Mais de 12 milhões de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros não têm carteira assinada, 40 milhões estão na informalidade.
Direitos para todos
A luta das Centrais é por toda a classe trabalhadora, sindicalizada ou não. Trabalho decente e empregos de qualidade para todos os brasileiros e brasileiras garantem uma sociedade mais igual e mais justa, democrática e soberana.
Convenção 156 OIT
Pela igualdade de oportunidades e tratamento para mulheres e homens trabalhadores que se desdobram entre trabalho e família. As mulheres sofrem mais com o desemprego que os homens porque acumulam mais jornadas, engravidam, cuidam dos filhos e são demitidas por isso. Isso tem de mudar.
Trabalho igual, salário igual Mulheres ganham até 30% menos do que os homens na mesma função. Essa disparidade acontece mesmo quando trabalhadoras e trabalhadores têm a mesma escolaridade, mesma idade e mesmo cargo.
Aposentadoria digna
As Centrais Sindicais propõem série de medidas para melhorar a qualidade do atendimento a aposentados e pensionistas da Previdência Social.
Valorização do servidor e da servidora público
A servidora e o servidor público estão na linha de frente de serviços indispensáveis ao povo brasileiro. O que teria sido do Brasil na pandemia sem os serviços públicos. O trágico número de 700 mil mortes, a maior parte causada pelo negacionismo e incompetência do governo derrotado, teria sido ainda maior.
Regulamentação do trabalho por aplicativos
Trabalhadores e trabalhadoras por aplicativos não têm nenhum direito trabalhista nem previdenciário. Vamos mudar isso. A luta das Centrais Sindicais conquistou espaço de diálogo e negociação entre trabalhadores(as), empresas e governo, para regular as relações de trabalho nas empresas que oferecem serviços de entrega e condução por aplicativos.
Em defesa das empresas públicas
Governos passados venderam empresas públicas e o povo pagou a conta. Toda vez que o Brasil cresceu foi impulsionado pelas empresas públicas e estatais. Por isso, as Centrais Sindicais são contra as privatizações, que o governo passado fez, vendendo o patrimônio público a troco de banana.
Revogação dos marcos regressivos da legislação trabalhista A reforma trabalhista de 2017 levou ao aumento da precarização, do bico, do desemprego. Só foi boa para patrão. Essa reforma causou um retrocesso, com mais informalidade, desemprego, precarização e terceirização do trabalhador e da trabalhadora e, portanto, menos direitos.
Fortalecimento da democracia
Derrotamos quem ameaçava nossa democracia, agora é fortalecer assa luta. O golpe de 2016, que tirou uma presidenta legítima, seguido da eleição de um governo de ultradireita colocaram a democracia brasileira em risco. Começamos a mudar essa história com a vitória de 2022.
Revogação do “novo” ensino médio
Porque desqualifica e prejudica os alunos, esvazia e rebaixa a qualidade de ensino. A unidade entre estudantes, professores, pais e mães e trabalhadores e trabalhadoras dos vários segmentos da sociedade é essencial para derrotar essa proposta que cria uma escola sem conteúdo com prejuízos aos alunos.
Desenvolvimento sustentável com geração de empregos de qualidade
Crescer e gerar empregos, sempre respeitando o Planeta porque uma hora a conta chega. O desenvolvimento produtivo do país tem que acontecer com o fortalecimento da indústria nacional e da agricultura de forma sustentável.
Textos e imagens da CUT Pernambuco: Chico Carlos, Maria Clara e Juliane Mattiello