Escrito por: Redação Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ)
Segundo dados do Mapa da Desigualdade, desenvolvido pela Casa Fluminense, capital concentra salários mais altos
A pandemia do novo coronavírus não só mudou a realidade de milhões de pessoas, mas expôs as profundas desigualdades de renda, raça e gênero que marcam a vida nas cidades. Na região metropolitana do Rio de Janeiro as diferenças estão bem demarcadas em sua estrutura.
Segundo dados do Mapa da Desigualdade, desenvolvido pela Casa Fluminense, para postos formais de emprego, na cidade do Rio, trabalhadores brancos recebem 41,9% a mais do que negros. Já o salário das mulheres negras equivale à metade do salário de homens brancos na média da região metropolitana.
Ainda de acordo com o relatório, a capital concentra as vagas de emprego com salários mais altos, estimulando que trabalhadores saiam de seus municípios de residência em busca destas vagas. São 33,9 vagas para cada 100 habitantes na capital, enquanto em Japeri e Belford Roxo são 6,4 para cada 100 habitantes.
Isso faz com que as rendas médias mais altas se concentrem em bolsões próximos da capital. Em Niterói a renda média é de R$ 3.114, o correspondente a 4,5 vezes mais do que a renda média dos moradores de Japeri, que somam R$ 694.
Neste sentido, a desigualdade também está expressa na mobilidade urbana. A tarifa do transporte público tem peso considerável no orçamento familiar mensal: para quem mora nas periferias mais de um terço da renda é comprometida com as passagens de ônibus. Por outro lado, em áreas privilegiadas, há pessoas que não tem nenhum gasto com transporte público, por exemplo, como aponta o levantamento realizado diretamente com as prefeituras e empresas de ônibus na região metropolitana, que compõe o Mapa da Desigualdade.