Escrito por: Redação CUT

Nota de repúdio da CUT às falas sexistas de Bolsonaro

As mulheres têm lutado ao longo de décadas contra a imagem do Brasil na rota do turismo sexual e do tráfico para exploração sexual, que põe em risco a vida de nossas meninas e jovens

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O Brasil vive hoje uma imensa crise econômica, política, social, de credibilidade e de valores. A partir do golpe de 2016 e agravada em 2018 com eleição do candidato da extrema-direita, instalou-se a política da destruição do País, ao mesmo tempo em que retira direitos da população mais pobre e da classe trabalhadora.

São quase 14 milhões de desempregados ou em subempregos, voltamos ao Mapa da Fome, ao mesmo tempo em que acompanhamos a tentativa de acabar com as políticas públicas voltadas a população mais vulnerável, somadas a uma escalada sem precedentes de ataque à soberania nacional e de entrega das nossas riquezas ao capital estrangeiro.

A ameaça à seguridade social com a aprovação da EC 95 que congela os gastos com assistência, saúde e educação, somados a proposta de reforma da previdência que põe fim ao princípio de constitucionalidade e da solidariedade entre as gerações, buscam retirar do Estado o papel de garantidor dos direitos previstos na Constituição de 1988.

O Brasil é o 5º em número de feminicídios. Em 2017, uma mulher foi assassinada a cada duas horas, a cada 15 segundos uma mulher é vítima de violência, a maioria dos estupros de mulheres tem como vítima, meninas. Aumenta a violência contra a população LGBT, os povos indígenas e a população negra, alvo inclusive de agentes do Estado.

Ao contrário do que se espera dos governantes no combate a todas as forma de violência, seja ela praticada pela sociedade ou por agentes do Estado, Bolsonaro propõe o aprofundamento da barbárie, relembrando os velhos tempos da ditadura militar e dos governos neoliberais, em que a Embratur vendia o Brasil lá fora como paraíso sexual, onde mulheres negras e jovens eram expostas seminuas em cartazes de propaganda turística do país. Bolsonaro em mais uma investida contra a população LGBT e as mulheres, afirma que:

“O Brasil não pode ser um país do mundo gay, de turismo gay. Temos famílias. Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”.

Tal ofensa às mulheres e à população LGBT, merece o repúdio de toda a sociedade brasileira. É muito grave que um governante, em especial alguém que ocupa a cadeira da presidência da república, use do seu mandato para atingir e ofender as mulheres e meninas com estímulo ao turismo sexual.

As mulheres têm lutado ao longo de décadas contra a imagem do Brasil na rota do turismo sexual e do tráfico para exploração sexual, que põe em risco a vida de nossas meninas e jovens.

Bolsonaro desonra a cadeira da presidência da República e envergonha o país diante do mundo. Repudiamos os ataques diários aos direitos humanos e à nossa dignidade. Não somos e não seremos tratadas como objetos sexuais, somos mulheres, mães, filhas, irmãs, avós e exigimos Respeito. Resistiremos à barbárie e a todas as investidas da sociedade que tenta nos manter como submissas ao julgo machista, incluindo aquelas estimuladas e praticadas pelos desmandos do desgoverno de Jair Bolsonaro.

 

Executiva Nacional da CUT