MENU

Nota de repúdio: O início do ano com racismo da Folha de S. Paulo

Nota da  Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT repudia artigo de Antônio Riségio que naturaliza o racismo 

Publicado: 20 Janeiro, 2022 - 09h33 | Última modificação: 20 Janeiro, 2022 - 10h05

Escrito por: CUT Nacional

Reprodução
notice

A Folha de S. Paulo publicou um artigo no último domingo (16), intitulado “Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo”, assinado por Antonio Risério, que promove um ataque ao movimento negro brasileiro utilizando uma narrativa de supremacista branco para construir a tese do "racismo reverso" ou "preto antibranco”.

A Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT repudia veementemente esse tipo de narrativa e reafirma que o racismo de pessoas negras contra pessoa brancas não existe.

Para o racismo acontecer é necessário existir uma relação de poder, um sistema de divisão por meio das categorias de raça, de poder, estrutural, manifestado ao longo da história, do qual foram herdados os vários conjuntos de práticas sociais, políticas, que ao longo do tempo vão sendo responsáveis por discriminar e estereotipar.

No mercado de trabalho a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geogragfia e Estatística (IBGE), mostrou que em dezembro de 2018, a taxa de desemprego entre os que se declararam brancos (10,2%) ficou abaixo da média nacional (12,7%) no primeiro trimestre deste ano.

Enquanto isso, as taxas entre pessoas pretas foram de 16% e entre as pardas, 14,5% – categorias usadas pelo IBGE que dizem respeito à população negra.

Com a falta da ação do governamental, a população negra mesmo após dois anos de pandemia, com uma nova variante e tendo o primeiro caso de Covid-19 no Brasil afetado Rosana Urbano de 57 anos, uma mulher negra e faxineira, a população negra continua sendo a menos assistida pela saúde pública. A discrepância é constatada inclusive no numero de vacinados: 3,2 milhões de pessoas brancas receberam a primeira dose. Já entre os negros e negras, o número cai para 1,7 milhão de vacinados.

São alguns dos exemplos reais do Brasil para visualizarmos que o racismo é uma ferramenta tecnológica e que tem por função a mobilidade do genocídio da população negra ao longo dos anos.

Um artigo desse tipo escrito em um jornal com repercussão nacional, alimenta o conservadorismo e promove a naturalização do racismo.

Então, dizemos que 'basta'! Nossos corpos negros não estão à disposição de tanto ódio gratuito e que a nossa luta jamais vai estar à venda!

Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT