Nota da CUT em apoio à greve dos trabalhadores e trabalhadoras do Uber
CUT apoia a greve e trabalhará para fortalecer a organização e a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Uber e de outros aplicativos por melhores condições de saúde e segurança
Publicado: 08 Maio, 2019 - 17h29 | Última modificação: 08 Maio, 2019 - 17h34
Escrito por: Redação CUT

Os aplicativos e plataformas digitais de transporte são uma das melhores expressões da exploração que o casamento entre o capitalismo neoliberal e as novas tecnologias impõe à classe trabalhadora. Esse modelo de organização do trabalho se tornou uma tendência mundial nos últimos anos.
No caso do Uber, são quase 4 milhões de motoristas esparramados pelo mundo todo com jornadas de até 16 horas, durante 7 dias na semana em condições insalubres. Não existe nenhuma relação formal de emprego, eles são considerados empresários de si mesmos, não possuem nenhum tipo de direito trabalhista e são os únicos responsáveis por seus instrumentos e condições de trabalho. A remuneração quase sempre é insuficiente, o que os obriga e buscar outras fontes de renda, em sua maioria também informais, para garantir o sustento da família.
Os donos do aplicativo transferem todos os riscos e custos do negócio para o trabalhador e impõem aos motoristas, em média, uma taxa de 25% do valor bruto da corrida. O Uber está abrindo seu capital na Bolsa com um valor estimado de 70 bilhões de dólares. No Brasil, segundo dados divulgados pela imprensa, o faturamento foi de 30 milhões de reais em 2018.
O movimento grevista, que teve início nos Estados Unidos e no Reino Unido com os motoristas do Uber e da Lyft, convocou a adesão dos trabalhadores em todo o mundo. No Brasil, a paralisação atinge diversos estados.
A CUT apoia a greve e trabalhará para fortalecer a organização e a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Uber e de outros aplicativos por melhores condições de saúde e segurança, trabalho decente e remuneração digna.
Executiva da CUT Nacional