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Novos casos de Covid-19 sobem 113% em uma semana. Lula cobra vacinação de crianças

Presidente eleito segue recomendação de cientistas e cobra vacinação de crianças, enquanto governo Bolsonaro dificulta acesso aos imunizantes

Publicado: 01 Dezembro, 2022 - 08h51 | Última modificação: 01 Dezembro, 2022 - 12h23

Escrito por: Redação RBA

Lula.com
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Diante do crescimento de novos casos e internações pela Covid-19, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pediu que os brasileiros se vacinem e cobrou atenção especial para a imunização das crianças. “Peço que se vacinem e atualizem o calendário de vacinas das crianças. Vamos proteger quem amamos”, disse em uma rede social. Lula ainda lembrou das festas de fim de ano, que assustam a comunidade científica, porque as aglomerações do período devem elevar o número de doentes.

A boa intenção de Lula, contudo, esbarra no descaso do governo de Jair Bolsonaro (PL). Um dia depois de o Ministério Público Federal (MFP) pedir para que o governo vacine as crianças, a prefeitura de Recife (PE) suspendeu a imunização de crianças abaixo de 3 anos. O Ministério da Saúde, na contramão da ciência, só aconselha que esta faixa etária se vacine em caso de comorbidades. Soma-se a isso a falta de distribuição de medicamentos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza a aplicação da CoronaVac e da Comirnaty, vacina da Pfizer, para os mais jovens. Contudo, a distribuição destes imunizantes é insuficiente. De acordo com dados mais recentes do Ministério da Saúde, apenas 5,5% das crianças abaixo de três anos completaram o ciclo vacinal com duas doses. Entre os adultos, mais de 77 milhões de brasileiros não receberam a terceira dose, ou primeiro reforço.

As secretarias estaduais de Saúde informam que os não vacinados são a maioria entre os internados. No Distrito Federal, por exemplo, dos 596 mortos pela covid neste ano, 450 não tomaram todas as doses. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos, a porcentagem é ainda maior. O DF registrou 10 mortes decorrentes dos novos casos de covid. Oito não haviam tomado sequer a segunda dose.

No foco da Covid

Enquanto cientistas alertam para os riscos da Covid-19, o vírus ganha força no Brasil. O país já registra ao menos quatro subvariantes de preocupação da cepa ômicron. Essas linhagens vêm apresentando maior poder de contágio, inclusive entre vacinados. Contudo, aqueles que receberam a imunização completa seguem com maior resistência ao vírus, sobretudo à evolução grave da doença.

Essa barreira contra casos mais graves e mortes é essencial no momento. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgados nesta quarta-feira (30) mostram que os casos no Brasil subiram 113% nos últimos sete dias. Na última semana, o mundo registrou 8.400 mortes em decorrência do vírus, 535 no Brasil. Assim, o país foi o terceiro com mais vítimas no período.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirma a tendência de piora no surto de covid-19. Boletim InfoGripe divulgado ontem alertou para o crescimento de casos em todas as regiões do país. “O estudo aponta para aumento nas tendências de curto (últimas três semanas) e longo prazo (últimas seis semanas) e é compatível com os números de covid-19. Essa tendência, que já se observa em 20 de 27 unidades da federação, está presente especialmente na população adulta e nas faixas etárias acima de 60 anos”, informa.

O pesquisador responsável pelo estudo, Marcelo Gomes, reforça a importância das máscaras, especialmente em ambientes fechados, e pede para que todos completem a imunização. Gomes alerta que os novos casos de covid deveriam deixar a população em alerta para as festas. “É extremamente importante ter esse cuidado para termos um final de ano com menor impacto possível, dado esse cenário epidemiológico que está muito claro em todo país”, explica.