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Novos sindicatos são criados em MG para ampliar a luta no ramo da alimentação

Entidades são ligadas à federação e à confederação filiadas à CUT

Publicado: 31 Agosto, 2023 - 11h16 | Última modificação: 31 Agosto, 2023 - 12h51

Escrito por: Vanessa Ramos, especial para Contac-CUT

Divulgação/Contac-CUT
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Dois novos sindicatos nasceram no estado de Minas Gerais em 2023 para representar trabalhadores e trabalhadoras do ramo da alimentação. Até dezembro, as entidades buscam aprofundar o diálogo com suas bases, a fim de mapear os problemas enfrentados pelas categorias e organizar uma pauta de reivindicações.  

Ambos são ligados à Federação Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Minas Gerais (Fedetia) e à Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac), entidades filiadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT) que, em 2023, completa 40 anos de vida.

Segundo o presidente da Fedetia, Osvaldo Teófilo, as entidades são fruto da luta do movimento sindical mineiro que vem se estruturando nos últimos anos. “Os novos sindicatos representam uma conquista de extrema importância para os trabalhadores que lutam por melhores condições de trabalho e de vida nas indústrias da alimentação”, destaca.

Organização classista

Em 30 de maio, foi criado o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Panificação e Confeitaria, Massas Alimentícias e Biscoito de Ipatinga e Região Leste e Zona da Mata de Minas Gerais (Sindpac-IP). A sede da entidade está localizada na Avenida Selim José de Sales, 1240, sala 301, no bairro Canaã, na cidade de Ipatinga (MG).

“Não havia até o momento uma entidade para representar os trabalhadores do setor de panificação e massas nas negociações ou acordos coletivos. Neste primeiro momento, estamos dialogando sobre a importância da atuação sindical, depois realizaremos assembleia para definir a pauta de reivindicação com todas as demandas do setor, que será levada ao setor patronal a fim de avançarmos nos direitos da categoria”, afirma o presidente do Sindpac-IP, Nilton Vieira Rhis.

Além do Sindpac-IP, em 18 de junho, nasceu o Sindicato dos Trabalhadores em Matadouros, Frigoríficos e Abatedouros de Governador Valadares e Região Leste e Zona da Mata de Minas Gerais (Sindfrig-GV), com sede na Rua São João, nº 558, no bairro Esplanada, no município de Governador Valadares (MG).

“Nosso sindicato nasce para representar uma categoria que, tantas vezes, trabalha em situações precárias e sem a garantia mínima dos direitos trabalhistas, direitos como pagamentos de horas-extras e cumprimento das normas regulamentadoras”, diz o presidente do Sindfrig-GV, André Luiz de Souza.

Assim como André, o presidente da Contac-CUT, Nelson Morelli, destaca a importância da Norma Regulamentadora 36, conhecida como "NR dos Frigoríficos", que regula o setor.

“A NR 36 é uma construção coletiva envolvendo entidades sindicais e o governo. Ela foi pensada na perspectiva de saúde dos trabalhadores, mas muitas empresas ainda não cumprem isso à risca”, critica.

De acordo com André, o não cumprimento da NR 36 é um dos principais problemas na região.

“Muitas fábricas não respeitam as paradas (intervalos) durante a produção e existem frigoríficos com 600 funcionários que não pagam insalubridade, principalmente em abatedouros de cidades menores. Também vemos muitas complicações em relação ao pagamento de horas-extras e condições dignas de trabalho, por exemplo, em banheiros, lavanderias e refeitórios”, denuncia.

Esses problemas, para a secretária de comunicação da Contac, Geni Dalla Rosa, poderão ser melhor identificados a partir da atuação dos dois sindicatos, que representam trabalhadores e trabalhadoras de aproximadamente 170 cidades nas regiões leste e zona da mata mineira.

“Em um cenário de retiradas constantes de direitos como o que tínhamos com Jair Bolsonaro, é um desafio a criação de novos sindicatos. Ao mesmo tempo, é uma esperança diante de um novo governo como o de Lula, que não persegue o movimento sindical e nem criminaliza a luta popular. A nossa confederação irá fortalecer as novas entidades para que possamos avançar em denúncias relacionadas ao descumprimento de empresas e garantir melhores condições de trabalho”, conclui a dirigente.