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O arroz está caro e pode subir ainda mais, diz associação de supermercados

Nem patriotismo, nem lucro zero, como pediu Bolsonaro, que nada fez para segurar a disparada de preços. Supermercados dizem que tendência é de alta nos próximos 2 meses se consumo se mantiver no ritmo atual

Publicado: 11 Setembro, 2020 - 12h49 | Última modificação: 11 Setembro, 2020 - 15h47

Escrito por: Redação CUT

Reprodução/Twitter
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O preço do arroz, que acumula em média 19,5% de alta só este ano, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, deve subir ainda mais, de acordo com o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Ronaldo Santos.  

O presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que nada fez para evitar a disparada dos preços, havia pedido aos donos de supermercados ‘patriotismo’ para baixar os preços. Também pediu lucro próximo de zero nos itens da cesta básica. A resposta do presidente da Apas foi que, se nos próximos dois meses o consumo se mantiver no ritmo atual, a tendência é de nova alta nos preços do arroz, que já estão pela hora da morte.

"Se a saca de 50 kg se mantiver na faixa de R$ 100, em 30, 60 dias, podemos ver o repasse total ao consumidor no varejo. Pode ser que não chegue [ao repasse total], depende do mercado. A tendência é de alta, mas não em cima dos R$ 40 que estão comentando", afirmou o presidente da Apas em entrevista à Folha nesta quinta (10).

Ronaldo Santos nega que o preço do arroz tenha chegado a R$ 40. Segundo ele, o preço médio do pacote de arroz vendido em supermercados paulistas é de R$ 20 (variando entre R$ 18 e R$ 23). Esses preços, disse, podem aumentar para cerca de R$ 30 em dois meses.

Em reunião na tarde desta quinta (10) com membros da Secretaria de Agricultura de São Paulo, da cadeia produtiva de alimentos e com o Procon-SP, que vai fiscalizar no varejo a disparada nos preços de produtos da cesta básica, Ronaldo dos Santos disse que não deve haver qualquer tipo de tabelamento de preço e, se isso acontecer, existe a possibilidade do desabastecimento.

Segundo o presidente da Apas, o entendimento do mercado é que a elevação nos preços é consequência de conjuntura macroeconômica que envolveu três principais fatores: pressão internacional sobre as commodities, aumento da demanda e alta do dólar, que impacta todos os elos da cadeia.

Gestão incompetente

A incompetência da administração federal é outro fator que explica a disparada do  preço do arroz, mas não foi citada na reunião pelos participantes. Ninguém disse que faltou o governo Bolsonaro se planejar para segurar os preços do arroz, mantendo estoques reguladores para abastecer o mercado interno, e segurando a exportação na fase mais grave da pandemia do novo coronavírus, como fizeram governos do mundo inteiro.

O culpado pelo aumento no preço do arroz é Bolsonaro, que permitiu exportação 

Também não falaram que faltou o governo fortalecer a Agricultura Familiar que é responsável por cerca de 70% do que vai à mesa dos brasileiros.

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