Escrito por: Vitor Nuzzi, da RBA
Ao chegar à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, religioso disse que Lula está sendo punido porque fez um governo voltado para o povo
Dom Angélico Sândalo Bernardino conheceu Lula ainda nos anos 1970, quando atuava na Pastoral Operária. “Lula é meu amigo, o Brasil deve muito a esse metalúrgico”, afirmou o religioso ao chegar à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, às 9 horas deste sábado (7). Dom Angélico celebra o ato religioso em memória da ex-primeira dama Marisa Letícia, que hoje completaria 68 anos.
Dom Angélico destacou que Lula “fez um governo voltado para o povo”. O religioso lembrou do golpe de 1964 para afirmar que o Brasil vive um momento semelhante, em golpe do poder econômico com apoio do Parlamento. “Isso é um desrespeito solene à democracia”, afirmou.
Ele afirmou ser amplamente favorável à punição de crimes de corrupção, mas lembrou que não basta ser acusado, é preciso provar. “Parte do Supremo foi politizada. O próprio comandante do Exército pisou na Constituição”, afirmou, em referência ao general Eduardo Villas Boas, que na noite anterior ao julgamento do pedido de habeas corpus preventivo de Lula no STF, na quarta-feira (4), pressionou a suprema corte, por meio de sua conta no Twitter, para que rejeitasse o pedido.
Mesmo assim, Dom Angélico prefere manter o otimismo. “Sou um brasileiro que era jornalista no golpe militar de 1964. “Minha palavra é sempre de esperança”. Falando de Lula, ele afirmou que “a cabeça dele e o coração não estão presos; espero que para o bem do Brasil não seja por muito tempo”.
Às 9h20, chegaram ao sindicato os senadores Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, e pouco depois vários artistas, entre eles, Osmar Prado, Celso Frateschi e Ailton Graça. O ato religioso será celebrado em frente ao sindicato, com apoio do carro de som estacionado no local.