Escrito por: Redação CUT
Para as mulheres da CUT, a resistência coletiva é pressuposto para enfrentar o estado opressor, diz a secretaria da Mulher Trabalhadora, Juneia Batista, em texto de balanço político sobre o dia da mulher
As mulheres brasileiras e do mundo todo mostram, no dia 8 de março, que a luta é universal, se faz todos os dias e que elas não vão parar enquanto houver desigualdade na vida pessoal e no mundo do trabalho, políticas públicas efetivas para combater a violência contra a mulher, e enquanto seus direitos não forem reconhecidos.
Este é o balanço que a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, faz dos atos realizados no Brasil e em centenas de países no Dia Internacional da Mulher deste ano.
“Para nós, mulheres da CUT, a Resistência coletiva é pressuposto para enfrentar o Estado opressor. Nos manteremos despertas e firmes na luta em defesa do Estado de Direito com democracia plena, por uma sociedade antirracista, anticapitalista e antipatriarcal, pois Resistência tem nome de Mulher”, diz Juneia em artigo que termina com um sonoro “fora, Bolsonaro!”.
Confira a íntegra do artigo:
Dia Internacional de Luta Pelos Direitos das Mulheres – 8M
Com o lema da Resistência, em defesa da Democracia, dos Direitos e Fora Bolsonaro, o 8 de março foi dia de denunciar a violência que mata todos os dias milhares de mulheres – 1.314 vítimas só em 2019 -, em todas as regiões do país, e também o descaso do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que desdenha da grave e trágica situação zerando os investimentos para a proteção e combate à violência. Delegacias da Mulher, Casas da Mulher Brasileira, praticamente deixaram de existir, ao mesmo tempo em que segue incentivando a violência.
O Dia Internacional de Luta pelos Direitos das Mulheres deste 2020 levou milhares de mulheres de todas as etnias, idades e origens, às ruas do País. Nas capitais e grandes cidades de todas as regiões, foram realizadas manifestações. A defesa da Democracia e das políticas públicas de saúde, educação e assistência se somaram as denúncias da misoginia, do racismo, do feminicídio e estupros, que vitimizam milhares de mulheres e meninas diariamente. Esse quadro torna o Brasil o 5º no ranking dos países mais violentos do mundo para as mulheres. As violências são praticadas pelo Estado ou sob a sua conivência e pela sociedade, uma verdadeira epidemia credenciada pela misoginia e o ódio de muitos governantes.
Assim como mulheres do mundo todo, por aqui denunciamos as discriminações no trabalho – informalidade, desocupação, e quando ocupadas, recebendo menos que os homens, em média 22%, mesmo exercendo a mesma função. No caso das mulheres negras a discriminação é ainda maior e pode chegar a uma diferença de até 70% menos que um homem branco. Até mesmo na aposentadoria recebemos em média 17% menos.
Soma-se a isso, a ausência do Estado na garantia de políticas do cuidado, a exemplo da creche e escola integral, do cuidado com doentes e idosos, o que leva milhares de mulheres a serem preteridas no trabalho remunerado. Segundo pesquisas, esse trabalho do cuidado, não pago, exercido pelas mulheres responde, em média, a 11% do PIB. Ou seja, a superexploração das mulheres gera riquezas.
As mulheres, em especial as trabalhadoras, não têm o que comemorar, mas muita luta a fazer. Nosso desafio é nos manter mobilizadas e retomar ou construir pontes de diálogo com os diversos movimentos sociais potencializando a Resistência contra as investidas dos governos federal, estaduais e municipais (em sua grande maioria) e o parlamento, que retiram direitos e destroem políticas e programas existentes de combate a miséria, as quais as mulheres são as principais vítimas.
Para nós, mulheres da CUT, a Resistência coletiva é pressuposto para enfrentar o Estado opressor. Nos manteremos despertas e firmes na luta em defesa do Estado de Direito com democracia plena, por uma sociedade antirracista, anticapitalista e antipatriarcal, pois Resistência tem nome de Mulher. FORA BOLSONARO!
Junéia Batista
Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT