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Com Lula, 'O povo pode' mostrará transformações sociais

'É impossível imaginar a realização de um filme sobre a democracia e a população com recursos privados. Por isso, a gente elaborou uma vaquinha virtual para arrecadar recursos', diz Max Alvim

Publicado: 08 Fevereiro, 2018 - 18h07 | Última modificação: 26 Março, 2018 - 08h39

Escrito por: Érica Aragão

Produção do filme
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As transformações sociais do Brasil na perspectiva do povo que nele habita. Essa é a proposta do o filme “O povo pode”, realizado por um grupo de cineastas e jornalistas independentes, que acompanhou de perto a caravana do Lula pelo Brasil na região do nordeste, que deve estrear no dia 1º de maio, Dia Internacional dos Trabalhadores.

Baseado em uma fala do ex-presidente Lula, que disse representar o que o povo pode, o filme percorreu as 56 cidades do Nordeste brasileiro que a Caravana “Lula pelo Brasil” visitou em agosto do ano passado.

‘O povo pode’ foi uma iniciativa original da TVT (TV dos Trabalhadores), que  entendeu que era preciso registrar a caravana, não só pelo momento que vivemos, mas pela característica que é a liderança do Lula e esse momento histórico”, explica o cineasta e diretor da obra, Max Alvim.

“É um filme através de Lula. Um filme captado e inspirado no olhar do ex-presidente. A gente ao longo dos 20 dias da caravana foi buscando personagens, brasileiros e brasileiras, que pudessem identificar essa relação que o Lula tem com o povo”.

O portal da CUT fez uma entrevista especial com Max, que falou mais detalhes sobre a caravana, o filme e sobre a campanha de financiamento para o filme.

Ele ressalta que os ataques à democracia e a feroz perseguição ao presidente Lula dificultam a arrecadação de recursos privados e fala sobre a campanha para arrecadar recursos com o objetivo de finalizar o “O povo pode”. Para contribuir, basta acessar o site projetoalvorada.dcm.com.br e doar qualquer quantia.

Confira a entrevista na íntegra:

CUT: O  que motivou a realização do filme “O povo pode”?

Max Alvim: ‘O povo pode’ foi uma iniciativa original da TVT (TV dos Trabalhadores), porque se percebeu a dimensão da caravana do Lula, não só pelo Nordeste, mas pelo Brasil. A TVT entendeu que era preciso registrar. Não só pelo momento que vivemos, mas pela característica que é a liderança do Lula e esse momento histórico. Como é uma operação grande fazer um longa metragem para cinema, com Lula em movimento, em 58 cidades em 20 dias, a gente acabou construindo um corpo de parceiros para poder dar conta desta tarefa. O filme é uma produção da TVT, com o Instituto Alvarada, de Brasília, e mais minha produtora, o Canal i produções.

CUT: Quais foram os critérios para escolha das histórias que serão narradas no filme?

Max: Quando a gente começou a bolar o que seria esse filme, a gente conversou muito sobre o histórico dos documentários a respeito do presidente Lula. Obviamente o Lula é uma figura internacionalmente conhecida e há vários documentários e reportagens sobre ele. Para que pudéssemos inovar e trabalhar outra lógica de conteúdo, definimos que ao invés de fazer um filme sobre o Lula no Nordeste, ou um filme sobre o Lula na caravana, faríamos um filme sobre o que o Lula vê quando faz uma caravana. Que é algo muito inovador. Um líder como o Lula ter o contato direto com o povo como ele tem, se jogando nos braços do povo, como ele se joga, é extraordinário.

A gente ao longo dos 20 dias da caravana foi buscando personagens, brasileiros e brasileiras, que pudessem identificar essa relação que o Lula tem com o povo, o que ele estava vendo e quem são essas figuras. O que ele vê e por consequência, o que produz nele uma intervenção que permita construir a política pública que o PT e ele, Lula, empreenderam no Brasil.

Ao longo desse percurso nós identificamos sete personagens, homens e mulheres, pessoas comuns que contam um pouco da sua história, o que passaram e os desafios que ainda vão enfrentar. É um pouco nessa atmosfera que o filme foi construído.

CUT: As caravanas do Lula pelo Brasil começaram no Nordeste, passando por Minas e Rio e agora irá para o Rio Grande do Sul. Qual a importância do Lula percorrer todas as regiões do Brasil num momento tão crucial da história brasileira?

Max: Talvez a gente esteja vivendo um momento único na história. Uma coisa é você ver um vereador, um prefeito fazendo isso presencialmente, agora você ver um líder dessa envergadura com o Lula fazendo esse corpo a corpo é uma coisa que sociologicamente será a ultima vez que veremos. Estamos numa era da comunicação e informação muito midiatizada, construída com relações a partir da mídia e a partir da comunicação a distância. Não é o caso do Lula.

Outro aspecto, que acho que é inspirador não só para o Brasil, mas para a esquerda do mundo todo é você perceber que ao fazer isso, ao ir ao encontro da população, você faz uma espécie de contramão tecnológica. Você constrói uma solução elaborada e desenvolvida realmente na relação e não numa ferramenta artificial, como hoje.

O Lula ir para o nordeste e todo o Brasil é de fato convocar a população e convocar os políticos a tentarem fazer uma política de fato comprometida com o povo, com o coletivo. Com propostas e ideias construídas no coletivo, não num gabinete qualquer do marqueteiro.

CUT: Uma grande parte do povo desconhece a realidade brasileira e não sabe dos impactos das políticas públicas na vida das pessoas. Você que acompanhou a caravana pelo Nordeste e viu tudo tão de perto, viu as transformações nas vidas das pessoas?

Eu tive a oportunidade, por força da minha profissão, de visitar o Nordeste em outros momentos da minha vida e fiquei impressionado com o que aconteceu nos últimos 15, 16 anos. A gente imagina a política pública agindo exclusivamente na vida do indivíduo, como no caso do Bolsa Família, por exemplo. A gente pensa que o fato de aquela família receber o recurso e não passa fome, já é um efeito transformador brutal na vida das pessoas. Mas, além disso, tem outros efeitos que parecem invisíveis para gente que está aqui no Sudeste. Efeitos na economia, por exemplo. O Lula fala muito disso. Você dá 190 reais para uma família e de imediato esse dinheiro se transforma em comida, em roupa ou vai para a bodega do lado, como diz ele. Tem cidades do interior que se você falar que vai acabar coma Bolsa Família as pessoas têm clareza de que se isso acontecer a economia daquela cidade inteira ficará comprometida. O Bolsa Família não ajuda só as pessoas, ajuda a economia.

 Daí, durante esses anos de governo Lula a gente ter feito o que parece um  milagre, ou seja, ter tirado quase 40 milhões de pessoas da linha da pobreza.  Na verdade, a resposta para isso é o aquecimento da economia.  São muitos os programas, fala-se do Bolsa Família, mas os impactos do Minha Casa Minha Vida, do Luz para Todos, programas ligados a educação, cisternas, entre outros milhares, são enormes, difícil até de comensurar.

CUT: O nome do filme foi inspirado numa frase do ex-presidente Lula que disse que ele representa tudo o que o povo pode. Em que sentido ele quis dizer isso?

Max: Ele tava num discurso em que dizia que se eles [parcelas do Judiciário, mídia e parlamentares] pensam que prendendo o Lula eles esmagam a possibilidade do povo pode fazer qualquer transformação em suas vidas, se enganam. Ele afirmou que Lula é uma ideia, a ideia de que o povo pode. Essa ideia que eu acho que ele encarna é uma ideia transformadora e revolucionaria. É uma ideia de que o coletivo pode. Ele convocou a população a se reunir, brigar pelos seus direitos, a se reunir em sindicatos, associações, movimentos sociais, porque a saída está ai. De certo modo, o filme vai falar o tempo todo não de pessoas, indivíduos, mas de pessoas inseridas dentro de um movimento e causa maior. .

CUT: Qual o grande risco que o Lula representa para a Justiça, a mídia e outros que tanto os perseguem?

Max: Ao perseguir o Lula, na verdade, está perseguindo toda a ideia que ele encarna e protagoniza, de que a população tem direito e pode de exercer a sua cidadania de fato. Eu sinto isso muito claro. Enquanto a gente rodava o nordeste eu conversei e circulava muito com a população. Nas estradas e diversos atos pela democracia eu conversava com o povo e perguntava o que eles estavam sentindo em relação a essa perseguição. Eles diziam que era uma bobagem, absurdo e uma loucura. O sentimento da população no nordeste é de profunda indignação e revolta. Fica evidente o preconceito com o trabalhador, com o cidadão mais pobre no Brasil. Não tem nada a ver com a figura individual do Lula. Ele é uma vítima dessa conspiração que nós no Brasil estamos sofrendo nos últimos 2, 3 anos do golpe.

CUT: A gente sabe que o filme está em construção, mas tem alguma data para a estreia do filme?

A gente tem uma data ousada que é o dia 1º de maio, no Dia Internacional dos Trabalhadores. Vamos lançar no Brasil e no mundo e para que isso seja possível a gente tem feito essa convocação para a população nos ajudar a concluir o filme.

É obvio que hoje é impossível imaginar a realização de um filme sobre temas que envolvem a democracia e a população com recursos privados. Por isso, a  gente elaborou uma vaquinha virtual para arrecadar recursos com a população. É um filme da população para a população.

Para colaborar basta entrar no projetoalvorada.dcm.com.br. Lá você tem variadas formas de colaborar e doar, e qualquer doação é fundamental. Só com a contribuição do povo que iremos conseguir concluir o filme “O povo pode”.