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O mundo se preocupa com nova variante da Covid, já Queiroga fala em flexibilização

Enquanto a China confina mais de 30 milhões de pessoas por causa do novo surto provocado pela variante deltacron, Queiroga que mudar classificação de pandemia para endemia. Entenda o que isso significa

Publicado: 16 Março, 2022 - 12h07 | Última modificação: 16 Março, 2022 - 19h19

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Fábio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil
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Autoridades de todo o mundo se preocupam com a nova variante do novo coronavírus, a deltacron, aumentam restrições e pensam em estratégias para conter a pandemia de Covid-19, que já matou mais de 6 milhões de pessoas no mundo.

No Brasil, onde já morreram mais de 655 mil pessoas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ignora os alertas e fala em flexibilizar o estado de emergência sanitária implantado justamente para conter os números de casos e mortes provocados pela doença.

A deltacron combina características genéticas da ômicron e da delta e já foi encontrada em alguns países. Na China, onde foram registrados mais casos, as autoridades decretaram um confinamento que atinge mais de 30 milhões de pessoas. Pouco se sabe sobre a nova cepa, se é mais contagiosa ou menos, mas o Brasil já registrou dois casos.

 

Mesmo diante deste cenário, Queiroga quer mudar a classificação da pandemia, quando uma doença infecciosa se espalha pelo mundo, para endemia, classificação dada quando uma doença infecciosa atinge a população de uma região geográfica específica.

Em entrevista à RBA, o epidemiologista da Fiocruz-Amazônia Jesem Orellana, definiu a proposta de Queiroga como ‘fuga da realidade’ porque pouco se sabe sobre a letalidade ou transmissibilidade dessa nova variante. Menos ainda se ela poderia escapar da proteção conferida pelas vacinas.

Além disso, o epidemiologista explicou que, com a flexibilização do estado de emergência sanitária, seriam cortados os repasses do governo federal para o combate à doença. “Seria como eliminar uma das principais ferramentas de combate à Covid-19”, disse Jesem.

Números do Brasil

Nesta terça-feira (15), o Brasil registrou 336 mortes em consequência de complicações causadas pela Covid-19, totalizando 655.585 óbitos desde o início da pandemia, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

A média móvel semanal de óbitos ficou em 394/dia. É a primeira vez desde 26 de janeiro que a média de mortes ficou abaixo dos 400.

Foram registraram 52.094 casos da doença, quase cinco vezes mais do que no dia anterior, totalizando mais de 29,4 milhões de contaminações desde março de 2020.

A média móvel caiu de quase quase 200 mil casos para 50 mil em pouco naus de um mês, mas houve estagnação nos últimos dias, o que acende o alerta para eventual reversão da tendência de queda. Atualmente, a média móvel semanal de casos está em 41.971. Há 10 dias, estava em 40.130.