Escrito por: Redação CUT

Ômicron fecha lojas e bancos e faz farmacêuticas ampliarem produção de remédios

Enquanto setores são forçados a paralisar atividades por causa da explosão de contaminados, indústria farmacêutica amplia produção de medicamentos para atender alta demanda de casos de Covid-19 e gripe

Fernando Frazão/Agência Brasil

Além da explosão de casos de Covid-19 no Brasil, provocado pela variante ômicrom, altamente transmissível, o país vive uma onda de casos de gripe influenza H3N2 que vem lotando hospitais e postos de saúde e desfalcando equipes em lojas, fábricas, bancos e companhias aéreas.

Enquanto alguns setores da economia paralisam as atividades por causa do grande número de trabalhadores contaminados, a demanda por medicamentos leva a indústria farmacêutica a ampliar as atividades.

De acordo com informações da coluna Painel S/A, da Folha de S Paulo, empresas do setor cancelaram férias coletivas, e planejam contratar trabalhadores temporários para reforçar os quadros. A Aché, por exemplo, dobrou a produção no mês de janeiro.

Outros laboratórios, inclusive fabricantes de testes rápidos, também ampliaram a capacidade de produção para atender à demanda provocada pelo aumento do número de casos de Covid. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), somente em dezembro, houve um aumento de 300% na procura de testes realizados em farmácias.

Mais de 5 mil lojas fechas as portas

Já do outro lado, até esta quinta-feira (20), mais de 5,5 mil lojas em shoppings em todo o país já tinham fechado as portas temporariamente por falta de trabalhadores e outras cinco mil reduziram o horário de atendimento pelo mesmo motivo.

No setor de transporte aéreo, companhias como a Gol, Latan e a Azul já foram autorizadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a reduzir o número de comissários de bordo. A flexibilização vale até a março e altera a regra de obrigatoriedade de dois comissários para aeronaves com mais de 100 lugares. Como consequência do aumento do número de casos e falta de profissionais, voos têm sido cancelados e, de acordo com as empresas, a redução do pessoal de bordo visa evitar mais cancelamentos.

Representantes dos trabalhadores temem que, nas aéreas, a exceção se torne regra. O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) já está em alerta para que a flexibilização não seja renovada após o período determinado pela ANAC.

No setor financeiro, agências bancárias também têm sido fechadas temporariamente por causa de casos de Covid-19. Cerca de 1.500 funcionários foram positivados com coronavírus ou com o H3N2 (Influenza) nos últimos 30 dias. Os dados são do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (SP Bancários) e mostram também que um total de 620 agências foram fechadas na região na primeira quinzena do mês.

De acordo com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraran), o total de agências fechadas temporariamente após surgimento de casos de Covid-19 chegou a 818 em todo o país.

Palavra do especialista

Para alertar que a pandemia ainda não acabou e ‘puxar a orelha’ de negacionistas, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, momentos antes da votação da liberação da vacina Coronavac para crianças de 6 a 11 anos, fez críticas àqueles que propagam desinformação, em especial, pelas redes sociais.

“Impressionante ver que, em meio a um cenário que aponta claramente para os efeitos do avanço da variante ômicron, ainda há pessoas que dizem que a pandemia está acabando. Ainda há pessoas que dizem que a chegada da variante sinaliza um tempo melhor, sinaliza o fim de uma pandemia já a olhos vistos. Os números não mostram isso”, disse Barra Torres aos colegas da Anvisa.

Ele também afirmou ser “criminoso buscar difundir mentiras através das novidades mentirosas, do inglês fake news” e disse não ser “razoável levar esse tipo de informação a inúmeras pessoas que, por vezes, não têm acesso ou não têm tempo para acessar os canais de informação porque estão na luta pela vida, pela sobrevivência”.