OMS alerta: Variante Ômicron representa risco global "muito alto"
Autoridades da OMS pedem a governantes maior atenção a cepa para impedir que uma nova fase da pandemia saia de controle e o envio de doses de vacinas para os países mais pobres. Veja onde já tem casos
Publicado: 29 Novembro, 2021 - 15h39 | Última modificação: 29 Novembro, 2021 - 18h45
Escrito por: Redação CUT
A variante Ômicron do SARS-CoV-2, o novo coronavírus, representa um risco global "muito alto" e poderá se espalhar pelos territórios de diferentes continentes de forma acelerada, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta segunda-feiras (29), de acordo com reportagem de Jamil Chade, do UOL.
De acordo com o jornalista, o alerta foi enviado aos governos em documento em que as autoridades de saúde pedem maior atenção a cepa para impedir que uma nova fase da pandemia saia de controle.
A nova variante foi identificada na semana passada na África do Sul e já preocupa governo de diversos países, mas até agora não existem estudos sobre a capacidade de transmissibilidade da cepa ou se ela é capaz de driblar a imunização das vacinas. A própria OMS disse que serão necessárias várias semanas para compreender o nível de transmissão e a virulência da nova variante.
Inicialmente chamada de B.1.1.529, a nova variante foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul. A OMS foi informada no dia 24 de novembro.
A médica sul-africana Angelique Coetzee, que primeiro identificou a Ômicron, disse em entrevistas neste final de semana que os pacientes infectados até o momento mostram "sintomas extremamente leves" — mas mais tempo ainda é necessário para avaliar o efeito em pessoas vulneráveis.
"Seus sintomas eram tão mais leves do que aqueles que eu tinha tratado antes", disse Angélique Coetzee ao Telegraaf. "Um caso interessante foi de uma criança de seis anos. Ela estava com febre e batimentos cardíacos muito altos. Tive dúvidas sobre a hospitalização, e dois dias depois ela estava completamente melhor", disse a médica.
À BBC, ela disse que "os pacientes se queixam sobretudo de dores no corpo e fadiga extrema, e vemos isso na geração mais jovem, não nos idosos".
Registro de casos
A África do Sul tem 77 casos da Ômicron na Província de Gauteng.
Na Holanda, 13 casos foram detectados entre 61 passageiros que desembarcaram em Amsterdã vindos da África do Sul.
Na Austrália, 2 casos de passageiros vacinados que voltaram do sul da África para Sydney.
Na República Tcheca, foi confirmado 1 caso em uma mulher foi confirmado pelo hospital da cidade de Liberec, no norte do país
Em Botsuana, tedm 4 casos.
Hong Kong, 1 pessoa que viajou à África do Sul.
Reino Unido, tem 3 casos, relacionados a viagens ao sul da África.
Israel, 1 caso de uma pessoa que chegou do Malauí.
Alemanha, 2 casos na Baviera - ambos foram registrados em viajantes que chegaram da África do Sul.
Bélgica, 1 caso em uma pessoa não vacinada que voltou do Egito em 11 de novembro.
Dinamarca, 2 casos de pessoas em voos provenientes do sul da África.
Itália, 1 caso na região de Nápoles – o homem infectado havia retornado de Moçambique. Ele já havia sido vacinado com duas doses.
Canadá, 2 casos confirmados na província de Ontário, em Ottawa, de pessoas com viagens recentes da Nigéria.
Portugal, 13 casos detectados em um time de futebol de Lisboa.
No Brasil, as autoridades de saúde investigam se um passageiro que testou positivo para a Covid-19 ao desembarcar em Guarulho, no sábado (27), vindo da África do Sul, foi contaminado ou não com a nova variante.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (Anvisa) é preciso fazer o “mapeamento genômico para identificação da variante”.
Os órgãos de saúde estadual e municipal estão monitorando o caso e o passageiro está isolado, em casa.
Vacinação em massa
A OMS fez um apelo para que doses de vacinas sejam distribuídas aos países mais pobres. Segundo os diretores da entidade, a mutação identificada na Áfriaca é prova de que a pandemia apenas vai ser controlada quando ela for freada em todas as partes.
De acordo com a entidade, em alguns locais, a mutação do vírus da Covid-19 poderá ter "graves consequências", diz Jamil Chade. Por isso, governos devem "acelerar a cobertura vacinal o mais rápido possível, especialmente entre as populações designadas como de alta prioridade que permanecem não vacinadas ou ainda não estão totalmente vacinadas".
Números do Brasil
O Brasil registrou 78 mortes por Covid-19 neste domingo (28), totalizando 614.314 óbitos pela doença, desde o início da pandemia.
No mesmo período, foram registrados 3.422 casos, o que eleva o total de infecções pelo Sars-CoV-2 para 22.078.741.