Operação resgata mais de 70 em trabalho análogo ao escravo em garimpo no AM
Operação da Polícia Federal, ICMBio Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho encontrou trabalhadores desprotegidos em garimpo que é considerado um dos mais lucrativos da América Latina
Publicado: 30 Abril, 2024 - 13h37 | Última modificação: 30 Abril, 2024 - 13h48
Escrito por: Cida de Oliveira | RBA
Agentes federais encontraram nesta segunda-feira (29) mais de 70 garimpeiros trabalhando em condições análogas à escravidão em área de garimpo ilegal em Maués, sul do Amazonas. A ação na região envolve equipes da Polícia Federal, do Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministérios do Trabalho e Emprego e do Ministério Público do Trabalho.
As investigações apontam que a atividade ilegal em Maués produz mais de 6 quilos de ouro por dia. “Um dos garimpos mais lucrativos de toda a América Latina”, conforme a Polícia Federal.
Tamanha produção, porém, ocorre à custa da exposição de trabalhadores a grandes riscos. Segundo a PF, o local pratica o chamado garimpo de poço. Trata-se de uma prática em que os trabalhadores operam embaixo da terra, sem qualquer equipamento de proteção individual.
Servidão por dívida em garimpo lucrativo
Além disso, há no garimpo a servidão por dívida, segundo a PF, “evidenciando a exploração desumana dos trabalhadores”. Os agentes apreenderam no local um caderno com anotações sobre supostas compras, ou dívidas, dos trabalhadores.
A lista inclui cigarros, itens de higiene pessoal, doces e até insumos de saúde básica, como curativos e soro fisiológico.
Os órgãos responsáveis não haviam divulgado os nomes dos responsáveis pelo garimpo ilegal até a manhã desta quarta-feira (30). Ainda não há informações sobre prisões em flagrante. A operação “Mineração Obscura” foi iniciada na região nesta sexta-feira (26) e prossegue até esta sexta (3), quando divulgará balanço.
Com informações do G1