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PA: Famílias do acampamento do MST resistem a despejo

FETAGRI solta nota de apoio a luta contra liminar de reintegração de posse.

Publicado: 27 Novembro, 2017 - 16h24 | Última modificação: 21 Março, 2018 - 11h47

Escrito por: Da Página do MST

Ginno Perez
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Nesta segunda-feira (27), por vota das 7h da manhã (horário local), o Comando de Missões Especiais chegou no Acampamento Helenira Rezende, no Sudeste do Pará, para cumprir a medida liminar de reintegração de posse na Fazenda Cedro/Fortaleza. 

Grande parte das famílias já se organizam pra sair da área denominada fazenda Cedro. No entanto, a área que supostamente é a fazenda Fortaleza, ainda depende do resultado do georeferenciamento do Instituto Nacional Colonização e Reforma Agrária (Incra), que iniciará hoje. Para além dos técnicos do Incra, o trabalho será acompanhado por um perito do Instituto de perícias Renato Chaves e 2 professores da UNIFESSPA. 

O CME já está nos lotes executando os despejos.15 caminhões e uma retro-escavadeira enviadas pela Agropecuária Santa Bárbara também estão no local. 

Todos aguardam o resultado da perícia da área.


Série de despejos

Além do acampamento Helenira Rezende, outros dois territórios com famílias do MST no Sul e no Sudeste do Pará estão sob ameaça de despejo até o fim de 2017.

Os três acampamentos estão na lista de 20 áreas ameaçadas de despejo nessas regiões paraenses. Segundo estimativas, um total de 2 mil famílias moram nos terrenos que são alvo de determinação judicial para reintegração de posse.

O acampamento Helenira Rezende é marcado pela produção agrícola e ecológica. As famílias produzem cerca de 1,5 mil litros de leite por dia, além de possuir uma plantação de 10 mil pés de bananas e mais de 40 hectares de mandioca. As produções garantem a alimentação das famílias e também são comercializadas. 

 

Nota da FETAGRI

 

Nota de apoio as famílias dos acampamentos coordenados pelo MST que estão com liminar de despejos

“Você já resistiu tanto! Já sabe como é, então, resista mais um pouco. E quando não aguentar mais, é só resistir de novo”. Sandra Boveto

A Diretoria Executiva da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Pará – FETAGRI-PA vem a público manifestar irrestrita solidariedade e apoio a todas as famílias dos acampamentos Helenira Rezende, Hugo Chávez, coordenado pelo MST no Sudeste do Pará, que sofrem a ação de despejos de suas moradias, baseado na liminar de reintegração de posse.

A FETAGRI-PA se solidariza com a luta do Movimento pela resistência a permanência das famílias nos acampamentos, haja visto que o prejuízo será muito grande para as famílias.

Essa é a forma mais cruel da Violência contra os trabalhadores e trabalhadoras, por isso precisamos seguir lutando. Manifestamos nossa total indignação com o fato de que a violência de todas as formas só aumenta no campo e os governantes são coniventes com essas ações que agridem a vida de milhares de pessoas que só querem sobreviver produzindo em um pedaço de terra.

Reafirmamos nossa luta na defesa da vida digna para os trabalhadores e trabalhadoras do campo e estamos juntos nessa batalha contra os grandes latifúndios desse Estado. Contem conosco sempre.

Diretoria Executiva da FETAGRI-PA