Pais de PCDs e quem tem restrições de saúde ficarão em teletrabalho na Petrobras
Pressão agora é para que a gestão da empresa acabe com os deslocamentos desnecessários dos empregados em teletrabalho que foram transferidos compulsoriamente de seus estados
Publicado: 20 Junho, 2023 - 10h25
Escrito por: FUP
A categoria petroleira pode comemorar mais uma importante conquista, que é resultado da interlocução da FUP e de seus sindicatos com a nova gestão da Petrobrás. Em documento oficializado nesta segunda-feira, 19, o RH da empresa confirmou que estenderá o trabalho remoto em tempo integral para os pais e/ou responsáveis de pessoas com deficiência (PCDs) e também para os empregados com restrições de saúde que dificultem o comparecimento ao trabalho presencial.
Ambas reivindicações foram apresentadas pela FUP diretamente ao presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, e discutidas com os gestores da empresa nos Grupos de Trabalho paritários que tratam das demandas relacionadas ao teletrabalho, à saúde mental e à diversidade.
No documento enviado à FUP, cuja íntegra pode ser acessada no final da matéria, a Petrobrás explica que o teletrabalho em tempo integral (cinco vezes na semana) será opcional para esses trabalhadores, através de um programa piloto, nos mesmos moldes do que já foi ofertado aos empregados PCDs, em abril, após cobrança da Federação.
No caso dos pais de PCDs, será exigido que o dependente esteja inscrito no PAE (Programa de Assistência Especial). Já os empregados em teletrabalho com restrições à jornada presencial por questões médicas serão avaliados por uma equipe multidisciplinar de saúde cujos critérios serão divulgados no dia 26 de junho.
“A FUP, através de seus representantes nos GTs de Teletrabalho, de SMS e Saúde Mental e de Diversidade e Inclusão, estará atenta às regras propostas pela Petrobrás e, se necessário, levaremos sugestões de aperfeiçoamento para que essa conquista seja implementada o mais rápido possível e garanta qualidade de vida para as trabalhadoras e os trabalhadores”, afirma Tiago Franco, dirigente sindical que coordena pela FUP o GT de Diversidade e Inclusão.
FUP quer solução imediata para trabalhadores transferidos
A gestão da Petrobrás ainda não se manifestou em relação às reivindicações apresentadas pela FUP nos GTs Paritários, cobrando adequações imediatas na jornada de trabalho dos empregados que foram transferidos compulsoriamente para outros estados. A Federação apresentou duas propostas que já poderiam ser atendidas pela empresa: o trabalho remoto em tempo integral ou a limitação da jornada presencial a uma semana no mês, com a possibilidade do empregado se apresentar na unidade mais próxima de sua residência, seja ela da Petrobrás ou de uma subsidiária.
Atualmente, cerca de três mil petroleiros e petroleiras do regime administrativo, que foram transferidos por conta do fechamento de suas unidades, estão sendo impactados por regras absurdas, impostas pela empresa, que os obrigam a viajar semanalmente para o Rio de Janeiro para cumprir a jornada presencial, sendo que suas atividades poderiam ser feitas remotamente ou em unidades próximas à sua cidade.
“Precisamos que a Diretoria Executiva da Petrobrás aprove as propostas que já foram apresentadas pela FUP para resolver esse problema. Não faz sentido algum uma pessoa sair de seu estado para cumprir dois dias por semana de coworking no Rio de Janeiro, sentado na frente de um computador com quase ninguém nos andares, sem contato presencial algum com o seu superior imediato (só via teams), quando poderia fazer tudo isso em teletrabalho ou no imóvel mais perto de sua residência”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.
Ele lembra que a Petrobrás está reabrindo os escritórios na Bahia e no Rio Grande do Norte, estados que mais foram afetados pelas privatizações e fechamento de unidades. “Já podemos ter o retorno de atividades que foram centralizadas no Rio de Janeiro, como as do Compartilhado, Finanças, Tributário, Suprimentos, Jurídico, SMS e de outros setores, cujos trabalhadores administrativos estão sendo obrigados a fazer esse bate e volta desnecessário”, ressaltou.
No caso dos trabalhadores operacionais, a FUP quer que a Petrobrás priorize a abertura de mais vagas nas plataformas para os trabalhadores que foram transferidos de seus locais de origem de forma arbitrária, sem qualquer tipo de negociação prévia.