Pais, Mães e Estudantes são contra retorno das aulas presenciais sem segurança
Em reunião realizada na última quinta-feira, os(as) presentes avaliaram as atuais condições do Paraná e demonstram preocupação com o aumento dos casos em possível retorno
Publicado: 05 Fevereiro, 2021 - 15h35 | Última modificação: 05 Fevereiro, 2021 - 16h08
Escrito por: APP-Sindicato
Durante a noite desta quinta-feira (4), a APP-Sindicato, junto com estudantes, pais e mães e responsáveis, debateram o retorno das atividades presenciais a partir do modelo híbrido apresentado pelo governador Ratinho Jr. No encontro, que reuniu mais de 200 pessoas de forma virtual, os participantes enfatizaram a preocupação com o retorno das aulas presenciais, principalmente por conta da atual situação da pandemia causada pelo Covid-19 no Paraná.
A reunião que foi convocada pelo Sindicato, em parceria com a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes) e a Federação de Pais, Mães ou Responsáveis Legais de Alunos e Alunas das Escolas Públicas do Estado do Paraná (FEPAMEF-PR), dialogou com sobre os ataques do governador Ratinho e do Secretário da Educação, o Empresário Renato Feder. Foi apresentada também a resolução Nº 0098/2021, a qual estabelece o retorno das atividades presenciais com modelo híbrido e medidas de prevenção e monitoramento da COVID-19 em unidades educacionais públicas e privadas no Estado.
O presidente da APP-Sindicato, Professor Hermes Leão, solicitou o apoio de pais, mães, responsáveis e estudantes na luta pela pauta e destacou que não é o momento de retorno das atividades presenciais e essa medida irresponsável de Ratinho Jr. pode colocar a vida e a saúde de muitos pais, estudantes e educadores e educadoras. “O retorno das aulas apresenta um risco para a comunidade escolar e não condiz com a atual realidade do estado, que sofre com a pandemia de forma intensa. Não podemos ameaçar a vida dos nossos estudantes e familiares nessa proposta nefasta”.
Taís Carvalho, presidenta da Upes, enfatiza ainda que os estudantes querem sim o retorno das atividades presenciais, mas desde que este seja feito após a vacinação da população, garantindo assim a segurança dos familiares, professores e professoras e funcionários da Escola.
“O retorno às aulas não é só voltar à escola. Tem muitas outras situações que implicam riscos para todos(as). Um exemplo é o Enem deste ano, onde presenciamos aglomerações, irresponsabilidade e erros por parte do MEC. Isso é só uma representação de como os governos vêm tratando a educação”, explica a estudante.
Já Terezinha Maciel, mãe e representante da FEPAMEF-PR, aponta que mesmo que os protocolos sejam aplicados dentro das escolas, existe ainda o risco fora das unidades, já que estudantes estão expostos a pegar transporte ou gerar aglomerações.
“Vai haver aglomeração nos terminais rodoviários, vai haver aglomeração em ônibus. Nossos(as) jovens não estão preparados para enfrentar esta pandemia cruel e que tem ceifado vidas de milhares de pessoas. Não podemos terceirizar esta responsabilidade para os pais, o governo deve ter a responsabilidade de gerenciar esse retorno com segurança”.
A partir da reunião, a APP-Sindicato manterá sua mobilização contra o retorno das atividades presenciais, além de recorrer no Ministério Público do Paraná (MP-PR) e no Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) contra a medida. O Sindicato solicita ainda que pais e responsáveis auxiliem os(as) educadores(as) visitando as unidades de ensino e denunciando as condições das escolas públicas.