Escrito por: Larissa Calixto - Congresso em Foco
De acordo com o TSE, 500.727 eleitores brasileiros residentes no exterior estão aptos a votar em 99 países
A pandemia de covid-19 impôs mudanças ao calendário das eleições municipais de 2020 e alterações nos procedimentos de votação. Mesmo com as adaptações, cerca de 20% do eleitorado nas capitais não se sente completamente seguro em ir às urnas, segundo dados de pesquisas feitas pelo Ibope. Com isso, a pandemia pode afetar a participação do eleitorado brasileiro, que já vem registrando um aumento no índice de abstenções.
Nos últimos anos, apesar do voto obrigatório, o indicador de abstenções tem crescido. Em 2016, 17,6% dos eleitores deixaram de votar, o que equivale a mais de 25 milhões de pessoas, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nas polarizadas eleições presidenciais de 2018, quase 30 milhões de pessoas deixaram de votar, correspondendo a 20,3% dos eleitores aptos. O número de abstenção de 2018 foi mais alto do que a eleição presidencial de 2014, que computou 19,39% de abstenção.
O aumento do número de abstenções durante a pandemia não é exclusividade do Brasil. As disputas eleitorais de diversos países foram afetadas de alguma forma pelo ano atípico de 2020. Segundo os dados do Instituto Internacional pela Democracia e Assistência Eleitoral (Idea), a maioria das eleições ao redor do mundo, durante este período, viu uma diminuição da participação do seu eleitorado.
Dos 45 países com eleições ocorridas até a finalização do levantamento do instituto, pelo menos 27 registraram queda no número de votos em relação a média do anos de 2008 a 2019.
Uma das quedas mais significativas foi vista nas eleições municipais da França, em março, que contabilizaram 60% de abstenção. A média dos anos anteriores era de 40%.
A pergunta sobre o comparecimento eleitoral mesmo em período de pandemia foi feita pelo Ibope nas pesquisas de intenção de voto feitas em outubro nas capitais do país.