Panelaços contra Bolsonaro bombam em centenas de cidades no 2º dia de protesto
Buzinaços, panelas e gritos de ‘fora, Bolsonaro’, também foram registrados nas periferias de São Paulo expondo o desgaste do comandante da Nação que ignorou a pandemia de coronavírus e a tragédia dos brasileiro
Publicado: 19 Março, 2020 - 11h39 | Última modificação: 20 Março, 2020 - 13h54
Escrito por: Walber Pinto
Pelo segundo dia consecutivo, panelas ecoaram nas janelas do país contra a paralisia e o enorme descaso do governo Jair Bolsonaro diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que já provocou a morte de 4 brasileiros e contaminou mais de 428 pessoas. Outros mais de 11 mil casos estão sob suspeita.
Numa tentativa desesperada de responder à revolta popular, Bolsonaro não se constrangeu e, durante a coletiva de imprensa no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (18), convocada para dar uma resposta ao povo sobre o que o governo vai fazer para enfrentar a pandemia, e convocou uma espécie de contra panelaço a favor do seu governo. Foi um fracasso. Os contrários a paralisia do governo reagiram com mais força.
Os primeiros registros do panelaço contra Bolsoanro foram registrados durante e após o pronunciamento do presidente sobre a pandemia, por volta das 19h30. No primeiro discurso, Bolsonaro foi muito criticado nas redes sociais e até pelo Jornal Nacional porque ele e seus ministros deram um péssimo exemplo aos brasileiros de como não usar uma máscara. Tocavam nas máscaras, tiravam e colocavam sem higienizar as mãos antes. E apesar de falarem nas medidas preventivas o tempo todo, colocaram apenas um microfone para todos os repórteres fazerem perguntas.
E o panelaço ficava mais forte a cada fala sem convicção, sem nexo de Bolsonaro. Em bairros do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Belém do Pará, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Natal, Florianópolis, Recife, Fortaleza e Brasília foram registrados fortes e longos panelaços, uma repetição dos protestos ocorridos no dia anterior.
No primeiro panelaço, na terça-feira (17), as manifestações ocorreram depois de o presidente falar em "histeria" em relação ao novo coronavírus e de dizer que ações de governadores sobre isolamento prejudicavam a economia.
Nesta quarta, Bolsonaro mudou o tom e fez dois pronunciamentos para falar de medidas econômicas, judiciais e estruturais para enfrentar o coronavirus. Indagado pelos jornalistas sobre o panelaço do dia anterior, ele classificou como "manifestação da democracia". Mas não adiantou, o panelaço foi ainda maior que no dia anterior.
Panelaços ocorreram também nas periferias de SP
Segundo a Agência Mural de Jornalismo, que faz cobertura jornalística nas periferias de São Paulo, houve registros de panelaços nos bairros mais afastados da cidade.
Em Paraisópolis, teve gritos de “Fora, Bolsoanro” e Lula Livre, de acordo com agência.
E ao lado, no enorme condomínio Vertentes do Morumbi, onde vivem os que têm alto poder aquisitivo, também teve ‘fora, Bolsonaro’ e as panelas voltaram às varandas gourmets.
Buzinaços, panelas e gritos também ecoaram às 20h contra o governo Bolsonaro em Artur Alvim, Penha e Cohab José Bonifácio, na zona leste, Paraisópolis, Vila Guarani, Jabaquara, Parque das Árvores e Guarapiranga, na zona sul.
VEJA AS MANIFESTAÇÕES CONTRA BOLSONARO
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