Escrito por: Redação CUT
Encontro foi articulado pelo presidente argentino, Alberto Fernández. De acordo com ele, Lula pediu para ver o Papa e Francisco disse que será ‘um prazer’
O ex-presidente Lula irá se encontrar com o Papa Francisco, no Vaticano, na próxima quinta-feira (13). O encontro do pontífice com o ex-presidente foi articulado por Alberto Fernández, presidente da Argentina, de acordo com matéria publicada pelo Estadão.
“O Lula me pediu para ver o Papa. E eu pedi (ao Papa) se ele podia receber o Lula. E ele me disse que ‘claro’ e que (o Lula) lhe escrevesse porque ele (o Papa), com todo prazer, o receberá”, disse o presidente argentino.
A viagem do ex-presidente a Roma deve se estender entre os dias 12 e 15. De acordo com Fernández, o nome de Lula veio à tona na conversa com o Papa depois que os dois tocaram no assunto ‘lawfare’, termo usado para definir uma estratégia jurídica que influencia na política, prática usada pela Operação Lava Jato para condenar e prender sem provas o ex-presidente Lula.
Em 2018, quando Lula já era mantido como preso político, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao ex-presidente, após reunião com Fernández e com o ex-chanceler brasileiro, Celso Amorim.
Na ocasião, Francisco abençoou o ex-presidente. “A Luiz Inácio Lula da Silva com a minha bênção, pedindo-lhe para rezar por mim, Francisco”, disse.
Em maio do ano passado, o pontífice voltou a escrever para o ex-presidente brasileiro, que ainda estava na prisão. “O bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação”, escreveu o líder religioso.
Depoimento na Justiça
Em razão da audiência com o Papa, a defesa do ex-presidente enviou uma nota ao juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, pedindo o adiamento do depoimento sobre a Operação Zelotes, marcado para a próxima terça-feira (11).
Aos jornalistas Ricardo Galhardo e Luiz Vassallo, do jornal O Estado de São Paulo, os advogados do ex-presidente afirmaram que Lula não deixará de comparecer a nenhum ato judicial.
“Conforme se procedeu durante todo o tramitar do feito, o peticionário declara que não deixará de comparecer a nenhum ato judicial para o qual sua presença seja obrigatória”, disseram os advogados.
Entenda o caso
Lula é acusado de editar uma Medida Provisória (MP) para favorecer empresas em troca de propina. O ex-presidente já explicou em outras ocasiões que nunca recebeu benefícios ou praticou tráfico de influência para favorecer empresas.
E mais: a medida provisória foi originalmente editada pelo seu antecessor, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e a renovação da mesma era uma “decisão natural”.