Escrito por: Redação CUT
A cambaleante economia brecou o crescimento das intenções de voto em Bolsonaro, que recuou dois pontos percentuais em relação à pesquisa anterior do Ipesp. O que aumentou foi a desaprovação ao governo (65%)
Para 63% dos eleitores entrevistados pelo Instituto Ipespe a economia brasileira vai no caminho errado. O governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) é desaprovado por 65% dos entrevistados. Outros 77% apontam que os preços “aumentaram muito.
Os números revelam que a disparada da inflação, as altas taxas de desemprego e a falta de ações efetivas do governo Bolsonaro para resolver os problemas da cambaleante economia estão entre as maiores preocupações dos brasileiros. E esse pode ser o grande problema que Bolsonaro vai enfrentar no caminho até a pretendida reeleição.
A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (24) detectou uma subida nas intenções de voto em Bolsonaro, mas não detectou a queda provocada pelo desastre na economia.
“Nenhum governo no mundo deixa de ser afetado pela alta de preços. Quem tiver dúvidas, pergunte ao [Joe] Biden”, disse o cientista político Antônio Lavareda, responsável pela pesquisa Ipespe ao colunista Matheus Leitão, da Veja. Segundo ele, o Ipespe captou um movimento do eleitor que o Datafolha deixou escapar. O motivo: o Datafolha é feito com um intervalo de três meses. Por isso, “detectou só a subida de Bolsonaro”, disse.
“O Ipespe, com medições quinzenais, captou a subida e o recuo”, afirmou o cientista político.
Em seu perfil no Twitter, Laverada foi cactegórico: “Interrompe-se, assim, o movimento de recuperação da imagem medido nas cinco pesquisas quinzenais nacionais anteriores, que o Ipespe realizou este ano”.
“Se cumprida a expectativa da autoridade monetária de que o ‘pico’ da inflação ainda ocorrerá em abril, com prováveis reflexos nos meses seguintes, isso poderá dificultar a recuperação da popularidade do presidente antes do início da campanha eleitoral”, completou.
Bolsonaro: recuperação interrompida
Segundo a pesquisa Ipespe, Lula tem 44% das intenções de voto na corrida pela Presidência da República, contra 26% de Jair Bolsonaro (PL).
A seguir aparecem o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos), com 9%; e o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), com 7%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) aparece com 2%.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o deputado federal André Janones (Avante), a senadora Simone Tebet (PMDB) e Felipe d’Avila (Novo) aparecem empatados com 1%.
O tucano Eduardo Leite ainda não decidiu se troca de partido para concorrer ou se investe na ideia do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) de dar um golpe nas primarias do partido, que escolheu Doria como candidato, e colocar o gaúcho no lugar.
Segundo turno
Nas simulações de segundo turno, Lula também ganha de todos os pré-candidatos.
No principal cenário simulado, contra o presidente, Lula alcançaria 54% dos votos, contra 31% de Bolsonaro.
Outros 15% responderam que votariam em branco, anulariam ou que ainda estão indecisos.
A sondagem revela uma interrupção no crescimento das intenções de voto em Bolsonaro, que recuou dois pontos percentuais em relação à últiima pesquisa, realizada no início do mês. A oscilação está dentro da margem de erro, que é de 3,2 pontos percentuais, mas interrompe uma sequência de crescimento registrada desde janeiro.