Escrito por: Rafael Silva - CUT São Paulo
Ato na Praça da Sé, em SP, reuniu lideranças das centrais e dos movimentos populares
A CUT, demais centrais sindicais e movimentos sociais iniciaram nesta terça-feira (20) mais uma jornada de lutas para enterrar as reformas Trabalhista e da Previdência. Por todo o país, ocorreram mobilizações para alertar a classe trabalhadora sobre o que pode acontecer se as medidas de Michel Temer (PMDB) forem aprovadas.
Em São Paulo, além de ações por todo o dia, um ato foi realizado na Praça da Sé no início da noite como um esquenta para a Greve Geral programada para o próximo período.
Na atividade da capital, os participantes também comemoraram a derrota sofrida pelo governo nesta terça, quando o relatório da reforma Trabalhista foi rejeitado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Entretanto, lembraram ser preciso permanecer nas mobilizações, já que a CAS foi apenas uma das etapas do processo até chegar ao plenário.
“Iremos permanecer nas ruas para derrotar as medidas de um governo que não tem legitimidade. Como vimos neste dia 20, a classe trabalhadora já demonstrou que seguirá na luta para impedir qualquer retrocesso nos diretos”, afirmou o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.
Com cartazes e palavras de ordem, os manifestantes pediram pela saída de Temer da Presidência e a realização de eleições diretas para a escolha do novo mandatário. No caminhão de som, que também contou com ato cultural com apresentações dos grupos Mistura Popular e Pânico Brutal, diversas lideranças se revezaram nas falas políticas.
Secretário-Geral da CUT Brasil, Sérgio Nobre ressaltou que o diálogo com a população deve ser intensificado, de forma a esclarecer o que será perdido com as reformas. “É importante conversar com a população de que não podemos, sequer, pensar em permitir desmontar a Previdência, que não é só a aposentadoria. O sistema Previdenciário é que ampara o trabalhador na ocasião de uma doença, do acidente, na viuvez, é o que ampara a maioria dos trabalhadores rurais. É um crime desmontar esse sistema, assim como é um crime desmontar a Legislação Trabalhista”.
Junho de lutas
Desde a madrugada desta terça, o estado de São Paulo participou da mobilização nacional que deu início a jornada Junho de Lutas, que irá promover manifestações nos próximos dias para pressionar o Congresso a votar contra as reformas. Diversas categorias participaram por meio de paralisações e assembleias nas fábricas, distribuição de informativos e diálogo com a população nos principais pontos de circulação.
“De Norte a Sul do país, os movimentos sindical e populares fizeram um esquenta para mostrar que as reformas Trabalhista e a da Previdência não serão aceitas. Os próximos dias serão de muita luta, então será importante estarmos juntos”, disse o secretário de Mobilização da CUT-SP, João Batista Gomes.
Apesar do sucesso das mobilizações, foram registrados repressões contra servidores no Paraná e uma prisão de um líder sindical em Brasília, situações que foram criticadas pela secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT Brasil, Jandyra Uehara Alves, que lembrou que desde o golpe de 2016 os movimentos sindical e sociais têm sido criminalizados e reprimidos em suas ações. “Esse governo golpista não consegue implementar essas reformas destruidoras de direitos com democracia. Pra isso foi preciso um golpe, pra isso é preciso reprimir o movimento sindical e os populares”