Escrito por: Redação RBA
Ex-assessor de Flávio Bolsonaro foi detido, nesta quinta (18), na residência do advogado do presidente da República
A prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, nesta quinta-feira (18), representa uma derrota para o presidente Jair Bolsonaro. Para os parlamentares de oposição, a detenção de Queiroz mostra que o cerco à família do presidente “está se fechando”.
Queiroz foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro. O ex-assessor estava em um imóvel do advogado Frederick Wassef, responsável pelas defesas de Flávio e do presidente Bolsonaro.
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) acredita que Flávio Bolsonaro sabia onde seu ex-assessor estava escondido. “Tá caindo o cerco da família! O perdido Queiroz não estava tão perdido assim, só esquecemos de olhar debaixo da asa da família. Tá tão colocado no Flávio que pede exílio pro próprio advogado”, tuitou.
Já o também deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ) acrescenta que Fabrício Queiroz era amigo de Bolsonaro e conhece todas as relações da família do presidente. “Ele jogava em todas as posições no time da família: ponta de lança na área da milícia, articulador das rachadinhas no gabinete do Flávio, trouxe o matador Adriano da Nóbrega para o elenco e ainda depositou dinheiro na conta da primeira-dama (Michelle Bolsonaro).”
Cerco fechado
A Operação Anjo é coordenada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A esposa de Queiroz, Márcia Aguiar, que foi assessora do hoje senador, também teve a prisão decretada – ela não foi encontrada em seu endereço e é considerada foragida.
A parlamentar Sâmia Bonfim (Psol-SP) lembra ainda que o envolvimento da família Queiroz é extenso com Bolsonaro e seus filhos. “Fabrício foi desligado formalmente do gabinete de Flávio no mesmo dia em que sua filha, Nathália Queiroz, foi desligada do gabinete de Jair Bolsonaro. No mesmo dia. Pra fugir da justiça. O esquema é um só”, disse nas redes sociais.
Queiroz é investigado por participação no esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. Segundo a investigação, os funcionários são coagidos a devolver parte de seus salários para o parlamentar.
“A prisão do Queiroz deve ter caído como uma bomba no Planalto. Queiroz é o principal elo do clã Bolsonaro com falcatruas e o crime organizado. Era o homem de confiança Jair Bolsonaro para corrupção, milícia e crimes!”, publicou a também deputada federal Erika Kokay (PT-DF).