Escrito por: Redação CUT / Texto: Marize Muniz
Presidente distorce debate sobre regulação da mídia para confundir jovens e dá a entender que se Lula ganhar eleição acesso livre à informação por meio do celular estará sob risco. Mais uma mentira de Bolsonaro
Para tentar diminuir o índice de 67% de rejeição entre jovens de 16 a 29 anos em 12 capitais brasileiras, segundo a pesquisa Datafolha, o presidente Jair Bolsonaro (PL), está usando a tática que mais domina: mentir descaradamente.
Bolsonaro, que em 1.318 dias como presidente deu 5.988 declarações falsas ou distorcidas, segundo o site Aos Fatos, passou a dar declarações falsas de que, se perder as eleições, o acesso livre à informação por meio do celular estará sob risco.
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O presidente associa, de maneira mentirosa, uma eventual vitória do ex-presidente Lula (PT), à frente nas pesquisas, à perda de liberdade no uso de smartphones, com restrições no acesso às mídias sociais e ferramentas de mensagens instantâneas, como o WhatsApp.
“Ele”, disse Bolsonaro no cercadinho onde conversa com seus seguidores se referindo os adolescentes, “vai para a escola sem a mochila, mas não vai sem o celular... Agora, pergunta se o jovem lá de Cuba, da Coreia do Norte... Ou da Venezuela, agora, tem celular”.
"Quem é que tem falado que vai controlar a mídia aí... Quem é que tem falado que vai censurar a mídia, vai democratizar a mídia... Bonito, né, democratizar... (...) Vocês que têm que fazer a cabeça dessa garotada aí, não sou eu", completou Bolsonaro.
Ao contrário do que o presidente afirma, quem garante o acesso aos dados de celular são as operadoras de telefonia privadas, que, por sua vez, são supervisionadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) — órgão ligado ao Ministério das Comunicações, mas com administração independente do governo.
Em 22 de julho, durante visita a Juiz de Fora (MG), Bolsonaro foi ainda mais contundente ao tentar associar o interesse dos jovens pela tecnologia móvel às perspectivas eleitorais. "Algo mais importante que a nossa vida, pessoal, é a nossa liberdade... O homem ou uma mulher, presos, não têm vida. O jovem sem o celular não consegue viver mais. E parece que alguns querem eleger um carrasco para a sua vida", disse, em crítica direta a Lula, segundo reportagem do UOL.
Lula nunca sugeriu limitar o uso de celulares e/ou restrições de acesso a conteúdos de uma forma geral. Bolsonaro usa o debate sobre a regulação da mídia, que envolve questões legais que afetam empresas e conglomerados de mídia para confundir os jovens sobre o uso de smartphones.